Opinião
Trezentando
Autor: Maria Lúcia de Aquino Amaral
02 Abr 2019 - 08:00
Hum, e agora Cuiabá???
Chegamos ao ano X e ao dia D, e perguntamos, o que queremos para essa aniversariante?
Aquele futuro sonhado chegou. Lá nos 250 anos ficaram as expectativas, o olhar sonhador, a idealização da metrópole, as esperanças.
No entanto célere como nós e o tempo, aportamos de repente numa nova etapa, um novo ponto de partida, um novo olhar.
O que nós queremos para você Cuiabá???
O que nós , seus filhos, sejam de chapa e cruz, adotivos, paus rodados, paus fincados, que abraçamos suas dores e suas esperanças, que amamos com um amor que não se mede, que jamais a deixamos porque somos sangue, suor e lágrimas por você, gostaríamos de festejar.
E o pensamento vagueia, rodopia, na valsa, cujo par é a dignidade.
E a ela se juntam os demais, o respeito, a honestidade, a coragem, o amor, a honradez, e o salão se completa.
Afinal é a sua festa!
Que festa??? Estamos correndo em círculos, a desfaçatez, deixou buracos por toda parte. Buracos humanos de dor pelas obras inacabadas, que uma sonhada copa do mundo largou, num lamaçal de vergonha e corrupção, que grassa por toda parte.
Que futuro nos espera querida aniversariante??
As práticas corriqueiras do toma lá dá cá, continuam a imperar, sem que se consiga romper a barreira do clientelismo que permite a inércia do poder público, diante de tantas e fundadas denúncias. Nada vai mudar, é o chavão.
300 anos, era da internet. Da mídia social. Da força popular. Da rapidez da informação. Do mundo novo sonhado por Júlio Verne. E perguntamos : E agora José???
Como será daqui a mais 50 anos??
Onde está o planejamento de médio e longo prazo?? Como será este encaminhado?? Quais as ameaças?? Quais as oportunidades???Quem está pensando a Cuiabá, que inchou, que cresceu, que se desordenou, que não segue um plano diretor, que continua a abrir tentáculos e a se prostituir???
Como podemos ver e não enxergar???
Palavras são ditas e até diria que saem do coração, mas de nada adianta louvar o amor a cidade, se ele é sem ação. Urgem ações efetivas da sociedade engajada, atenta, alerta, partícipe, compromissada, para buscar qualidade de vida, sobrepondo o bem comum ao pessoal, e assim poder efetivar um grande círculo de amor, e de trabalho, visando resgatar a triste sensação de impotência e tristeza para o cenário dessa comemoração.
Maria Lúcia de Aquino Amaral é cuiabana, advogada, membro da UBE/SP.