Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Opinião

Novos tempos

O surgimento e domínio de novas ferramentas de trabalho e de comunicação fazem com que as relações sociais e culturais mudem apressadamente, porém é comum o ser humano entrar em uma zona de conforto (estagnar) e se tornar resistente aos novos métodos, principalmente aos novos comportamentos. 

O domínio do fogo por antigas espécies de hominídeos, entre 400 mil e 1 milhão de anos atrás, acelerou a evolução ao afugentar predadores e permitir preparar os alimentos, aumentando sua digestibilidade e proporcionando maior consumo de calorias, entre outras vantagens diretas do seu uso. Mesmo assim, muitos preferiram permanecer na zona de conforto e por isso foram aos poucos dizimados por doenças e/ou isolamento.

A informatização e as comunicações em tempo real estão para o homem pós moderno assim como foi o fogo para os primatas.  Assistimos pessoas e até empresas resistentes a nova realidade. Ela é realidade irreversível, por isso os “resistentes” ou mudam ou irão à caminho da extinção. No caso das empresas é fechar as portas, no caso de pessoa primeiro vem o desemprego, depois o estado depressivo, a doença e a morte. É possível evitar isso?

Em todas as gerações vamos encontrar pessoas que tem imensa dificuldade de lidar com novas realidades, mas a condição humana é a de constante aprendizagem. Por isso o primeiro passo está na compreensão para fazer a adaptação. Diferente do passado (antes da informatização), onde tudo vinha pelo exercício de fazer leitura e intuição, hoje isso vem através da formação acadêmica. Por isso escola não é mais só coisa para crianças e jovens.

Há um novo mercado de trabalho para ajudar pessoas e empresas a se reencontrarem nesta nova cultura do mundo do trabalho e prestação de serviço. Hoje, estudar constantemente e se reinserir no mercado a cada novo dia é uma necessidade. Faz-se necessário conhecer razoavelmente (horizontal) de tudo um pouco e se especializar, aprofundar (vertical) naquilo que é seu foco de atividade. 

Tudo ficou mais barato e mais qualificado e isto exige rapidez, qualidade de produto e qualidade de prestação de serviço. 

Tudo isso afeta a nossa legislação, as atividade públicas e até a formatação da escola formal. Hoje escola é para todas as idades, o mundo é outro e estes fatores não podem continuar sendo os mesmos e nem mais com os mesmos objetivos.

Relações de trabalho e de prestação de serviços são os primeiros a sentir o impacto dos novos ventos. Se todo tempo tem um fim, sabemos também que todo final é um recomeço ou o surgimento do novo. Entre estes dois paradigmas estão as pessoas que atravessam gerações e é justamente estas que precisam de novas instruções.

Vivemos a era da flexibilidade funcional, pois sabemos que a cada dia que passa teremos que produzir mais, que todos os produtos ficarão mais baratos e que a qualidade terá que estar ainda mais impecável. Não há mais espaços para o mais ou menos. Quem ainda não entendeu isso é bom acordar, afinal menos é mais e perfeição não é mérito, é obrigação. São os novos tempos!

João Edisom de Souza é professor universitário e analista político em Mato Grosso.
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