Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Opinião

O amor em 5 atos


 
Depois de discorrer sobre a paixão, nada mais natural que falar sobre amor, que está muitos degraus acima na "escala evolutiva da raça humana" (muitos mesmo). Os que conheceram verdadeiramente o que é amor sabem do que estou falando. E não falo de um simples gostar, ou de um perigoso apaixonar-se, mas de algo que nasceu junto com os fundamentos do universo, que está muito distante de ser apenas um sentimento e está mais ligado ao que poderíamos chamar de racionalidade sublimada ativa. E é tão ativa que o amor pode ser melhor traduzido em ações. Eis algumas dessas ações:
 
Amar é uma decisão – uma decisão consciente e sólida, sustentada por vários componentes. Dentre eles estão a paixão, a admiração, a afinidade sexual, o respeito, a fidelidade, a convergência de planos, todo o conteúdo da música Cama e Mesa do Roberto Carlos, entre tantos outros. Por isso não existe "amor à primeira vista", pois à primeira vista ninguém consegue discernir, no outro e de forma consistente, essa gama de itens acima.
 
Amar é uma constante – o amor não é como uma montanha-russa, com sobe-desce constantes dando frios na barriga. Se parece mais com um cruzeiro pelo Caribe (sem passar pelo México), onde as águas são transparentes, azul-turquesa e calmas. Claro, sujeito às intempéries e às adversidades de um leme malconduzido. Porém, seu caminho é para ser tranquilo e viagem confortável, prazerosa e longa.
 
Amar é empático – não foi apenas por retórica e nem para parecer intelectual que Jesus citou o mandamento "Ame ao seu próximo como a si mesmo". Não! Foi para colocar em prática esse singelo exercício de nos colocarmos no lugar do outro, para não fazermos a ele o que, nem de faz de conta, não gostaríamos que fizessem a nós. Amar é ter uma empatia profunda que foi traduzida por Deus na frase que diz que "quando se amam, dois se tornam um só".
 
Amar traz paz – amar é a aposentadoria das borboletas, que saem do seu estômago e vão morar no retiro para os aposentados. Diferentemente das paixões avassaladoras e dos arroubos de ódio, amar tem a proeza de transformar o seu dia a dia num oceano de paz, o qual não pode ser confundido com aquela rotina enfadonha e se sem graça. A rotina mata, enquanto a paz do amor traz mais vida a um relacionamento. Enquanto a paixão é um número de trapezistas fazendo sua performance sem rede de proteção ou um globo da morte com 3 motociclistas cegos, o amor é um passeio a cavalo manga-larga bem treinado pelo picadeiro. É uma paz inexprimível.
 
Amar se aprende amando – frase criada por Carlos Drummond de Andrade e que é uma das mais assertivas sobre amar. Ninguém nasce sabendo amar, embora tenha em sua essência o mecanismo pronto para o aprendizado. E é extremamente importante aprender não apenas a amar, mas aprender a linguagem de como o outro se sente amado. Assim, você conseguirá expressar o seu amor de forma que o outro entenda essa expressão e se sinta amado.

Portanto, dentre os muitos conselhos que eu daria aos mais jovens, tendo como base esse meu curto período de vida, um seria: AME! Sem medidas, sem pudor, sem ficar na defensiva. Não desista se uma tentativa de amar não foi como você esperava, pois, a culpa nunca está no amor (e sim em nós, pobres ignorantes na arte de amar). Ame como se fosse a última e única coisa que pudesse fazer no seu último dia de vida.

Diz a Bíblia que a maior coisa que existe no universo, a mais sublime, a mais poderosa (segundo o filme Interestelar, consegue até desvendar a física quântica), mais completa e mais importante da existência é amar (tanto que Deus ofereceu seu Filho em sacrifício por amor). Alguém discorda?
 
Eustáquio Rodrigues Filho – Cristão, Servidor Público e Escritor. Autor do livro "Um instante para sempre". Instagram: @eepelomundo.
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