Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

Sem o Estado como teríamos bibliotecas? Biblioteca de Alexandria, uma experiência liberal em Sapezal

Uma das frases repetidas a exaustão  tal como um mantra aos críticos dos Liberais e Conservadores é: “Sem o Estado quem fornecerá educação?”, adotando a acepção  da palavra educação em seu sentido lato, podemos inferir acerca de inúmeros aspectos, dentre eles a criação e manutenção de bibliotecas.
 
O Presidente do ILMT, Senhor Edegar Belz, em uma entrevista à TV Assembleia, expôs de maneira derradeira os custos de manutenção dos alunos na rede pública estadual, inclusive comparando valores dispendidos individualmente, demonstrando elevados custos com a educação “publica” estadual, quando comparado com valores médios da rede privada de ensino.

Morando em Sapezal há algum tempo, pude perceber que embora não haja escassez de recursos financeiros destinados à Educação Municipal, não é perceptível nenhuma excelência latente ou destaques nacionais ou regionais em desempenho intelectual dos alunos da rede pública, seja estadual ou municipal. Exemplificando, no julgamento de Contas Anuais de Governo do Município de Sapezal, referente ao ano de 2017(Autos 17-287-1/2017) traz a seguinte informação houve a aplicação de 35%(trinta e cinco por cento) da receita na Educação Básica, quando a Constituição Federal  em seu artigo 212 traz como limite mínimo o percentual de 25%(vinte e cinco por cento).

Estamos falando de R$ 26.964.565,72 (vinte e seis milhões e novecentos e sessenta e quatro mil e quinhentos e sessenta e cinco reais e setenta e dois centavos), mesmo assim houve apontamento do Tribunal de Contas do Estado, para melhoras em indicadores da educação:

d.3) proceda ao aperfeiçoamento do planejamento e da execução das políticas públicas na área da educação e saúde para identificar os fatores que causaram a piora ou ausência de melhora dos resultados das avaliações das políticas públicas, visando a uma mudança positiva na situação avaliada por este Tribunal na apreciação destas contas. Os resultados desse aperfeiçoamento do planejamento e execução das políticas públicas deverão ser comprovados quando da apreciação das contas de governo relativas ao exercício de 2018, especialmente em relação aos seguintes indicadores:

d.3.1) na educação: a) Taxa de Reprovação - Rede Municipal - Até a 4ª Série/5º Ano EF (2016); b) Taxa de Reprovação - Rede Municipal - 5ª a 8ª Série/6º ao 9º Ano EF (2016); c) Distorção Idade-Série - Rede Municipal - Até a 4ª Série/5º ano EF (2016); d) Taxa de reprovação - rede municipal – 5ª a 8ª série/6º ao 9º Ano EF.
 
Outro aspecto interessante é que o indicador nacional do IDEB(Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) apresentou no ano de 2017 na 4ª série/5ºano uma nota de 5.7 no ano de 2017 no ano de 2013(ultimo ano informado), na 8ª série do9º ano a nota é de 4.1[1] percentuais absolutamente insignificante quando considerado os valores dispendidos e o percentual dispendido

Pensando em uma maneira de auxiliar a Educação Municipal, incluindo o hábito de leitura dos estudantes, o Projeto Biblioteca de Alexandria, busca não apenas a arrecadação de obras literárias, mas também o engajamento dos professores e da Comunidade Escolar para a atenção para que o público alvo, no caso os estudantes,tenham o acesso a obras literárias clássicas(muitas vezes obliterado), possam exercitar o conhecimento de tais obras(em concursos de redações, exposições,etc).

Encontramos claro apoio e claro engajamento na figura das professoras Ivete Maria Leite e Eliane Bessa, respectivamente docentes das Escolas Eleni Firmo Scapinello e Luiz Frutuoso. As equipes diretivas de ambas as escolas foram igualmente receptivas, nas pessoas de Diane Loch, Claudia Mazer.

Foram entregues  67(sessenta e sete)obras literárias, divididas entre as 02(duas) escolas públicas, dividida de acordo com a série dos alunos que serão contemplados, obras como de William Shakespeare, Gil Vicente, Camões, Machado de Assis, Platão, Esopo, Sófocles, entre outras obras consagradas, que não estavam a disposição dos alunos!

Durante a entrega das obras na Escola Municipal Eneli F.Scapinello, houve a apresentação do projeto aos alunos, com fala a Diretora, Sra Diane Loch, a professora do projeto,Sra Ivete Maria, o representante da Promotoria em Sapezal, Senhor Paulo e do Coordenador do MBL em Sapezal, a surpresa é que as obras atingirão mais de 180(cento e oitenta)alunos, algo que tem o condão de impactar positivamente na vida de cada um destes futuros leitores da obras doadas.

Ocorreu ainda a explicação do projeto aos pais e responsáveis dos alunos da Escola Estadual Luiz Frutuoso no dia 05 de Novembro de 2019, buscando engajar os pais e responsáveis, além de demais professores, a auxiliar na arrecadação de outras obras literárias e incentivar os filhos ao hábito de leitura.

Esclareço que todos, absolutamente TODOS os livros foram arrecadados e doados obtidos de recurso privado! Ou seja individuo(s)são capazes de criar ou manter uma biblioteca. Outro aspecto que apenas a iniciativa privada pode conferir é a linha editorial não contém nenhuma obra em ode ao Socialismo, muito pelo contrário, obras da Editora Ludwig Von Mises, entre elas dos autores Murray Rothbard,  Ludwig von Mises, Friedrich Hayek, que estão disponíveis aos alunos e professores conhecerem tal corrente de pensamento.

Retornamos a frase título do presente texto: Sem o Estado como teríamos bibliotecas? Este humilde projeto é a demonstração que é possível, bastando o engajamento dos indivíduos, além da vontade de transformação e melhoria da educação do indivíduo com apoio da iniciativa privada.
 
 
 
 

Juliano Rafael Teixeira Enamoto é católico, formado em Direito pela Universidade Federal de Rondônia, servidor público municipal.
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