Caro leitor, escrevo este artigo, cujo título autoexplicativo remota a um exemplo clássico de ineficiência estatal aliada com as trágicas consequências desta gestão.

A Escola Estadual Luiz Frutuoso, de acordo com a direção, foi concebida para receber uma quantidade máxima de 300(trezentos) alunos, atualmente comporta 4 vezes a quantidade, ou seja 1.200(hum mil e duzentos) alunos, habitando uma estrutura concebida para no máximo 300, as estruturas, os sanitários e demais espaços não atendem adequadamente a demanda, bastando uma simples visita in loco.

Caros, uma das maiores precariedades da mencionada unidade escolar é o calor intenso, podendo atingir temperaturas próximas de 40ºC, algumas vezes ultrapassando, torna o ambiente insalubre, para os alunos, os professores e demais servidores que estão lotados naquela escola. Como a rede elétrica é antiga e inexiste um Posto de Transformador é impossível a instalação de ar condicionado, sabe a “solução” encontrada leitor? Os alunos simplesmente mantém as janelas e portas abertas das salas, é óbvia que a atenção é claramente prejudicada, seja pelos ruídos das ruas, ou outra distração, atrapalham ao professor lecionar, devendo dobrar seus esforços(não a custa de sua própria saúde), para colher resultados mínimos.

Ah o Posto de Transformação é um capítulo à parte, segundo o Deputado Faissal Calil em 25/11/2019, já é uma realidade! Sim já temos o Posto de Transformação, segundo o nobre parlamentar estadual  afirma[1] :“Gravamos este vídeo para expressar nossa felicidade em ter conseguido junto ao Governo Estadual e a Seduc um Posto de Transformação para Escola Luiz Frutuoso da Silva em Sapezal. Também reformamos toda quadra poliesportiva da Escola. Agora serão instalados ar condicionados nas salas de aula, trazendo mais conforto para os alunos e um espaço mais bonito e adequado para prática esportiva em Sapezal. Tamo junto.” Infelizmente o conto de fadas da realidade “virtual” de Faissal Calil não corresponde ao mundo real e SEU CALOR INSUPORTÁVEL.

Infelizmente aquela comunidade escolar está acometida de inúmeros erros de Gestão da Secretaria Estadual de Educação, não bastasse os relatos acima, houve mais um imbróglio em uma narrativa de clímax e anticlímax, os quais parecem mais uma novela, mas é a vida real. Havia sido planejado em 2019 que a escola receberia um número acima da média de alunos para ingresso em 2020 na 8ª e 9º ano. Com tempo hábil e antecedência mínima, o corpo diretivo e a equipe pedagógica INFORMOU a Secretaria Estadual de Educação, não apenas os problemas estruturais acima descrito(como o fizera antes), mas da demanda excessiva.

Com o compromisso que a Secretaria Estadual de Educação providenciaria até 30/01/2020 as salas de alunos, os quais seriam locadas em Sapezal. Qual não foi a surpresa que em pleno mês de Fevereiro, 300(trezentos) alunos de 11 salas(divididos entre 8ª e 9º ano),ficaram sem aula por 01(uma) semana, sem o horizonte de resposta da gestão da Secretaria Estadual da Educação, apenas esperando o bondoso beneplácito da equipe responsável na Secretaria Estadual de Educação.

O que cabe aos pais? O que cabe as autoridades públicas? O que cabe a comunidade escolar? Eis um resumido relato do que ocorreu no dia 14/02/2020. Como membro do MBL-MT, este simples escriba,acompanhado do Coordenador Estadual do MBL e Deputado Estadual Ulysses Moraes, conversamos com alguns pais que prontamente atenderam nosso pedido, pudemos escutar a solícita equipe pedagógica da Escola(sendo que todos os elogios e reconhecimentos aos professores e servidores daquela escola, pois trabalham em condições dificílimas), o Deputado Ulysses sugeriu fazermos um vídeo, com intuito que a indignação alcançasse fronteiras além da indignação dos pais e alunos envolvidos, o que mostrou-se um sucesso não apenas com a comunidade escolar contando com mais de 26.300(vinte e seis mil e trezentas) visualizações[2], mostrou-se um sucesso em repercussão habitando o debate público.

Concomitante a esta ação e sem coordenação, o Ministério Público na figura do Promotor João Marcos, bem como a Defensoria Pública na pessoa da Dra Maria Cecília, juntamente com a Diretora Claudia Mazer, buscavam uma solução juntamente com a Seduc e seus representantes.

Há ainda um documento de autoria do escriba que vos fala, o qual traz entre outras demandas de Campos de Júlio e Sapezal, especificamente a questão da Escola Luiz Frutuoso. O qual espera-se algum tipo de ação no Parlamento Estadual.

Há notícias auspiciosas, os quais trouxeram “boas novas” quanto às salas de aula, em mensagens sem a devida verificação, informam que nesta segunda feira(17/02/2020) os 300(trezentos) alunos iniciarão seu ano letivo(minimizando o dano, mas ele existe!), o qual rogo sinceramente que seja verdade, caso não seja? Manifestação e repúdio são as únicas respostas plausíveis.


Juliano Rafael Teixeira Enamoto é Católico, Advogado concursado na Câmara Municipal de Sapezal, formado em Direto pela Universidade Federal de Rondônia.