Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Opinião

Combateu o bom combate

É com esse famoso jargão que peço licença para fazer uso da palavra, e não prometo ser curto e breve...

Hoje apesar de ser um dia de consternação, é também, para mim, um dia de satisfação e alma lavada.

Consternação pela perda...

Mas a satisfação e alma lavada pelas honras a ele prestadas...

Não houve somente a perda de um militar...

Mas também, pra mim, de um vizinho, um amigo de infância, alguém que vi crescer aqui na rua de casa...

Sd Azevedo, na qual eu chamava de Ricardinho...
Sim..

Assim era conhecido, pois meu xará, por ser mais novo, colocamos um diminutivo em seu nome, e assim era chamado por todos nós.

Jogar bola, soltar pipa (seu pai era fera em fazer pipa pra nós), era algumas das tantas brincadeiras de rua que compartilhavamos.

Mas hoje o Ricardinho, para a maioria da sociedade Soldado Azevedo, se foi....
Nos deixou...

Sem entrar em detalhes do fato, pois esse não é o foco.

Meu abraço de pesar a família foi muito antes do velório, pois seus pais estavam em vossa residência, aqui ao lado de casa.

E pela tarde, lá estávamos em seu velório no 1°BPM, na qual fiquei surpreendido pela quantidade de pessoas presente naquele Batalhão.

Familiares, amigos, colegas de farda, e por vezes sem nunca ter trabalhado com ele, e talvez nem o conhecia pessoalmente...

Mas foi no cortejo e sepultamento que foi ao meu ver, diferenciado...

A quantidade de pessoas e veículo no cortejo, era algo que há muito tempo não via.

Nosso helicóptero do CIOPAer fez questão de se fazer presente no cortejo.

A cerimônia da entrada fúnebre, enfileiramento de viaturas, marcha fúnebre, salva de tiros, pétalas de rosas vinda dos céus (pelo Águia 03), entre tantos outros detalhes, realmente elevou meu nível de atenção para tudo aquilo.

Em um determinado momento, já no ato de sepultamento, me afastei para fumar um cigarro...

Foi quando um homem, bem vestido, mas com certeza estava ali por outro motivo, e com ar de desconhecimento me perguntou:
-"Quem morreu? Foi algum coronel ou autoridade importante?"

Olhei para ele e respondi:
-"Não..... Foi a morte de um soldado..."

Ao que ele retrucou..
-"Nossa!!!.... Deve ser um soldado muito importante!!!"

Respondi que Não.
Não era um soldado muito importante...

Mas era um soldado que fez algo muito importante....
Ele deu a vida pela nossa sociedade....

Nesse momento esse senhor com semblante pensativo se afastou....

Minutos depois o pai do falecido chegou a mim e agradeceu pelas honras que foi dispensado a seu filho, dizendo.
" só vi isso em velório de governador, juiz, e outras autoridades..."

E foi isso que me rendeu as devidas satisfações...

Um soldado com honras dignas de Chefe de Estado (guardado as devidas proporções).

Sim...
A ponta da lança.
O homem de frente..
O peão, operário, aquele que mais faz a atividade fim....

Esse sim é digno de honra...

E muito mais do que simplesmente quem é...
É exatamente "o que ele fez..."

Honras são para os atos, as atitudes, as ações, o fazer a diferença...
Cargos, posição social ou hierárquica, seja ela militar ou não, pouco significa se por trás desses personagens não tiver ações verdadeiramente dignas de honra.

Então não bata no peito e diga o que és.
Nem tão pouco queira gritar o que faz...

Somente faça.

Pois suas ações serão perpetuada.

Seus gritos apenas ecoarão e se perderão nos últimos ecos...

Parabéns pela sua ação, sua atitude SD Azevedo...
Que Deus te acolha em seus valores.

Adeus Ricardinho....
Nosso amigo..



Ricardo Tomas da Silva-Ten Cel PM
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