Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

Números: afinal, quem tem razão?

O coronavírus já deixou um rastro de milhares de vítimas Brasil afora, boa parte delas, lamentavelmente, fatais. Mas a guerra de números entre governos municipais, estaduais e federal está produzindo mais de 200 milhões de vítimas, no caso nós, simples cidadãos, que viramos reféns das informações desencontradas e, muitas vezes, até manipuladas divulgadas de forma independente por cada esfera governamental.

Como moramos em um país onde, infelizmente, o que não faltam são malandros de todas as estirpes e espécies, eu não tiro, e até reconheço como legitimo, o direito do governo federal de suspeitar que parte dos prefeitos está inflando (superestimando) o número de infectados na tentativa de “arrancarem” mais dinheiro nas esferas estadual e federal.

O problema é que o governo federal não pode nivelar isso por baixo, ou seja, não é correto medir todos pela mesma régua e deixar nós, os simples cidadãos, a mercê desse tiroteio numérico que, vergonhosamente, se estabeleceu em nosso país, principalmente nos últimos 10 dias.

Da mesma forma que é verdade que existem prefeitos malandros, que inflam os números, também é verdade que o governo federal vem subestimando o problema e, por conta disso, deixou de ser o protagonista em um momento em que ele, governo federal, deveria comandar todas as ações, reunir todas as informações e de forma clara e transparente informar a população.

E as perguntas são inevitáveis: qual o objetivo dessa guerra de números? A quem interessa essa quizumba? Afinal, quem tem razão? Quantos infectados, de fato, existem no Brasil e quantas pessoas já morreram por coronavírus? No meio de tantas perguntas ficamos nós, ora assustados por conta do que falam prefeitos e governadores, ora aliviados quando o governo federal diz que tudo não passa de uma “gripezinha” superestimada pelos gestores municipais e estaduais.

Não é justo que nós, simples cidadãos, fiquemos a mercê da disputa financeira/política/ideológica, que é o pano de fundo que me parece estar por detrás dessa guerra ilógica entre os governos municipais, estaduais e federal; não é justo que nós, que ao fim e ao cabo é que pagamos a conta disso tudo, sejamos tratados como seres de quarta categoria, sendo os últimos a saber, bem ao estilo marido traído.

Que os governos municipais, estaduais e federais se entendam e, sobretudo, nos respeitem, pois, esse país existe por conta de seus habitantes, hoje mais de 200 milhões de pessoas, e somos nós que, diariamente, com a força do nosso trabalho e dedicação, construímos o Brasil que hoje parte dos políticos brincam de administrar.

Somos seres de primeira categoria e devemos ser tratados com absoluta prioridade em qualquer circunstância e situação, portanto, temos o direito de sermos corretamente informados sobre o que está ocorrendo. Não merecemos e não podemos admitir que nossos governantes, nos três níveis de gestão, continuem brincando com nossas vidas por conta dessa guerra estúpida.


Agnello de Mello e Silva é jornalista e consultor em marketing político. Email: agnellodemello@gmail.com
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