Em tempos de pandemia e isolamento social, o mundo da internet ganhou ainda mais força, e as pessoas por intermédio das lives têm ditado uma sequência virtual de viver. Esses dias li uma frase que dizia que é ‘off-line que a vida acontece’. Já não sei mais! Tudo está tão mudado, tão diferente, que o real já parece não ter mais tanta importância, e muitos tem “vivido virtualmente”, o isolamento hodierno com tamanha naturalidade, embora, muitos pareçam viver o ápice do vazio, da carência afetiva, da solidão, do abismo interior. Tais sensações, talvez sejam resposta da pouquidade de não saber quem somos.

Divagações à parte, nessa semana em que se comemora o Dia Dos Namorados, ‘do amor está no ar’, das trocas de presentes e declarações de amor, muitas delas sem qualquer significado, e que serão feitas apenas para cumprir às convenções, em que muitas datas comemorativas importantes já ficaram para trás, a exemplo, da semana santa, da páscoa, do dia das mães, outras que estão por vir, como a comemoração do dia dos pais, das crianças, etc, porém, pelo menos, momentaneamente, parece que tudo isso perdeu aquela importância vultuosa que antes dávamos.

Em decorrência dessa comemoração, portanto, da ‘semana romântica’, acho pertinente invocar a reflexão acerca do amor, porém, na sua forma holística, ou seja, do amor pelo todo, a exemplo, do amor de um pai/mãe pelo seu filho, do amor pela profissão, pelo trabalho, pelas plantas, pelos animais, pela natureza, pela política, pela religião, pelo futebol, do amor entre os casais, etc.

O amor é uma casa em que todos se abrigam. O amor de Deus? Osho diz que o amor verdadeiro, é o amor por Deus. Só quem ama a Deus, verdadeiramente, é capaz de amar a todos, indistinta e incondicionalmente. Aqui, refere-se, ao amor sem exigências, sem egoísmo, sem contraprestação, sem ciúmes ou cobranças, e desde logo, excluindo o amor desapegado, haja vista vez que esse pode ser um grande risco à humanidade, vez que quem se agasalha de tal sentimento, a tendência é que nele nada se solidifique, onde a indiferença pelo outro predomina, de maneira que tal conduta retarda o movimento natural da vida, atrapalhando a transformação pessoal.

Sendo o amor um sentimento fluídico, não palpável, será mesmo que ‘está no ar’? Será mesmo possível encontrá-lo?

No mesmo giro, é o amor pela vida, pela natureza, pelo Cosmo, por Deus, etc, que nós impulsiona levantar pela manhã, motivados, claro, pela esperança, a vestir o melhor look, do entusiasmo, da coragem, da vontade de vencer, e laborar, incansavelmente, por dias melhores, por resultados melhores, em todas as frentes, pessoal, profissional, espiritual, intelectual, financeira, etc, pois, depositando amor em nossas, ações, pensamentos e corações, fatalmente, aprendemos ser pessoas melhores.

Vez que o amor nos impulsiona pela busca da transformação, do redescobrimento, do refazimento, e mesmo cheio das imperfeições que somos, vamos avançando nesse caminho do bem, do autodescobrimento, da solidariedade, da fraternidade e empatia.

Por mais difícil que pareça estar o momento, mesmo assim, é necessário buscar dentro de nós, o amor, por que ele sim, é capaz de fazer crescer, prosperar, elevar, perdoar, doar. Amor é doação, é compartilhamento, é multiplicação! Amor é vida!

Em nome desse amor, se for preciso, mude! Desabroche! Invente! Reinvente! Sem medo, sem culpa, sem receio de bater às asas rumo à imensidão de um mundo que é todo seu. Quando se tem amor, a busca pelo encontro consigo, destrava qualquer porta, por mais fechada que ela possa estar.

O amor desacorrenta de qualquer cárcere, porém, para esse acontecimento se tornar palpável, é preciso libertar-se das amarras que o prende, dos medos que o limitam, e de eventual culpa que o aprisiona.

A semana é do amor, assim amemos mais, sorrimos mais, entregamos mais, e certamente, bons tempos virão e boas coisas o alcançarão. Liberte-se! Permita-se! Viva! Afinal, a morte está aí. Ontem perdi à minha avó, que regressou à Instância Superior, evento esse que me revirou, e me mostrou mais uma vez que só amor é o que fica diante da grandeza da infinidade de Deus.




Gisele Nascimento é advogada.