"Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro​ o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar", concluiu Luiz Henrique Mandetta naquela quinta-feira,16 de abril.

Minha convicção sobre a demissão não trás muito alento para nós brasileiros e que nesta data de hoje atingimos o número desfavorável de 44.118 mortes pela COVID-19. Ainda me lembro das declarações do ex ministro afirmando a decadência do sistema de saúde brasileiro nos próximos meses em função do avanço da pandemia. E aí, alguma novidade? Enquanto o governo Bolsonaro não admitir falhas primárias e não fortalecer as estratégias e medidas de prevenção, daremos três passos para frente e dois para trás.

Não quero ser pessimista, mas a verdade é que desde quando as medidas adotadas de isolamento e flexibilização começaram entrar em vigor em alguns locais, uns até levando mais a sério do que outros, não vejo um resultado muito animador. Quer dizer que não houve evolução no combate ao coronavírus? Não! Peço aos leitores que sejam um pouco pacientes comigo, até porque os números não mentem. Pretendo retratar o meu estado neste período. Portanto, vamos às estatísticas e ficar apenas com o nosso caótico estado de Mato Grosso.

Dezesseis de abril de dois mil e vinte: havia somente cinco mortes e 156 contaminados pela COVID-19 aqui em Mato Grosso em menos dois meses. Acontece que a maioria das pessoas não está fazendo o esforço necessário e muito menos alguma consideração ao próximo. O que estamos vendo em Cuiabá de pessoas desrespeitando as medidas e se aglomerando, festas particulares, passeios na sua maioria desnecessários, ''reuniões paralelas'', enfim, não aguento mais tanta hipocrisia! Muitos ainda encontram tempo para discutir um pleito eleitoral este ano. A chance de ocorrer eleições em outubro é a mesma chance que eu tenho com a Bruna Marquezine: nenhuma! Mas deixo esse assunto para outro momento.

Fiquei indignado com a notícia de que a minha cidade de Várzea Grande recebeu na última terça feira a primeira parcela de quase 20 milhões do governo federal e uma Secretária veio a público afirmar que apenas 1 milhão será destinado ao combate à pandemia na cidade. Já não há vagas em leitos no município e lotação hospitalar. Vão combater a pandemia sem dinheiro, com pouco investimento na saúde?

Tchau, até o próximo vírus.

 

Marcelo Cruz, 34, é jornalista  E-mail marcelocruzoficial@hotmail.com