Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

Você sabia que a punição deixa o seu filho vulnerável ao abuso sexual?

Se não pode punir, o que fazer então? Ou melhor, como fazer? É difícil desistir das habilidades punitivas até que você tenha habilidades alternativas que sejam mais eficazes. Basta você buscar esse conhecimento.

Faz sentido para você a frase que a Jane Nelsen diz: "De onde tiramos a absurda ideia de que, para que as crianças se comportem, primeiro devemos fazê-las se sentir mal?"

Você já se perguntou por que a criança sempre é vítima de práticas abusivas? Desde a "inocente" palmada dada por seus principais cuidadores, até o abuso sexual?

Mais uma vez a cultura vem fundamentar as respostas e uma delas é o Adulcentrismo: Poder do adulto sobre as crianças.

Culturalmente crescemos ouvindo frases como essas: "Aquele que poupa a vara, quer mal ao seu filho; mas o que ama, corrige-o continuamente" (Provérbios, 13:24). "É de pequenino que se torce o pepino" (Provérbio popular). E acabamos por naturalizar a violência infantil, minimizando como ato disciplinar.

Historicamente a punição física é aceita e recomendada enquanto método disciplinar, tendo sido amplamente administrada por pais, líderes religiosos, profissionais da educação ou qualquer pessoa que se incumbisse da tarefa de educar uma criança. Isso é violência emocional. Precisamos rever velhos padrões de educação.

Te convido a começar a conversa consigo mesmo. Primeiro, questione a sua criança interior sobre como ela se sentia quando os seus pais a puniam, mas faça uma verdadeira e honesta conexão com a sua memória da infância. Em seguida, se observe. Você tem agido ou apenas reagido aos comportamentos desafiadores do seu filho?

Para explanar todas as consequências nocivas de uma educação pautada na rigidez, autoritarismo e punição, precisaria falar sobre o tema em muitos artigos. Neste, quero enfatizar em letras garrafais apenas uma consequência: a criança que é educada nesse formato, é uma criança vulnerável ao abuso sexual porque você está desenvolvendo o medo nela, medo de falar as coisas para você, medo de confiar em você, medo de ser julgada, consequência da educação punitiva

A punição não faz com que o seu filho tenha respeito por você, mas medo. E é tudo que um abusador de criança precisa, pois uma das estratégias é ameaçar a vítima, dizer que vai fazer algo com os pais dela, dizer que ninguém vai acreditar nela e a criança, por sua vez, não entende direito o que está acontecendo e quando se dá conta (os abusos duram anos geralmente, são pessoas próximas da família, fora de suspeitas) que é abuso, sente medo, culpa e vergonha, não contando aos pais por medo do castigo. Ela associa o abuso a um erro dela e quando erra (na memória da criança) os pais punem.

Uma criança educada com pertencimento, acolhimento e com pais que validam os sentimentos dela, se sente encorajada a perguntar ou contar aos pais quando acontece algo que a deixa desconfortável. Busca nos pais as respostas para as suas dúvidas, medos e dores, porque sabe que não será julgada, condenada, criticada ou irá apanhar.

Pais, a escuta ativa é uma importante habilidade a desenvolver no processo parental com a sua família. Infelizmente garantia nessa vida não temos de nada, mas tenha a certeza que uma educação respeitosa previne o seu filho de muito risco.


Gina Coelho é uma mulher dedicada à Psicologia e à Educação Parental , apaixonada por famílias e empoderar pessoas. @psicologaginacoelho
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