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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Opinião

Setembro Amarelo: O suicídio pode ser prevenido

No mês de setembro, mês oficial de combate ao suicídio, vamos falar da importância que o farmacêutico tem em desenvolver atividades que ajudam nessa questão.

Os pacientes mais suscetíveis, que representam o maior risco de suicídio, procuram constantemente as farmácias como forma de recorrer à um profissional de saúde e pedir orientações quando se iniciam os sintomas de angústia, ansiedade e depressão.

Muitas vezes essas pessoas nos procuram nas farmácias antes mesmo de procurar ajuda médica especializada, e somos nós que temos o dever, como profissionais de saúde, no momento do atendimento, encaminhar esses pacientes à um especialista para evitar mais complicações.

Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 90 % dos casos de suicídio em todas as faixas etárias estão relacionados a doenças mentais que podem ser diagnosticadas e tratadas, como esquizofrenia, transtornos de humor, de personalidade e ansiedade.

Quando falamos de pacientes que já foram à um especialista e nos procuram com as devidas prescrições médicas para início do tratamento, temos papel fundamental quanto a orientação da farmacoterapia, e conscientização do paciente quanto a importância de uma correta adesão ao tratamento prescrito.

É muito comum os pacientes ao iniciarem os tratamentos com medicamentos para o sistema nervoso central, sofrerem com algumas reações adversas nos primeiros dias, isso faz com que muitos interrompam o tratamento colocando-os em uma zona de risco para o suicídio, pois uma vez interrompido as crises de ansiedade, angústia e depressão muitas vezes pioram bastante.

O diagnóstico tardio, a carência de serviços de atenção à saúde mental e o tratamento inadequado agravam a evolução da doença. Por isso, devemos detectar precocemente a vulnerabilidade emocional e encaminhar para tratamento psiquiátrico e psicológico, cerca de 95% dos suicídios podem ser prevenidos. Uma grande parcela de suicidas não necessariamente queria morrer, só queria dar um tempo na vida, queria uma pausa.

Por isso, a correta orientação prestada pelo farmacêutico no momento da dispensação desses medicamentos, é de extrema importância na adesão à farmacoterapia, o que por sua vez irá prevenir que muitos se tornem suscetíveis ao suicídio.

Para ajudar pessoas e familiares, o Centro de Valorização à Vida (CVV) realiza apoio emocional através de um atendente voluntário e gratuito, sob total sigilo, por intermédio do telefone (188) durante 24 horas por dia.


Fabrício Caram Vieira é farmacêutico formado pelo Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), possui curso de extensão em psicofarmacologia pela USP, é pós-graduando em Farmácia Clínica, pela Faipe. É sócio proprietário de uma instituição para tratamento de dependentes químicos e doentes mentais e atua na farmácia comunitária em rede privada em Cuiabá.
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