Todos sabem que, em nosso país, a cada dois anos, o brasileiro é colocado diante de uma urna eletrônica, a fim de que escolha o seu representante político e aquele que governará determinado território por um período de quatro anos.

Na ocasião das eleições deste ano, serão definidos os ocupantes ao cargo de Prefeito e de Vereador, porém, muitos já ocupam e querem permanecer, outros buscam tal oportunidade seja para inovar ou para estagnar. Vencerá, aquele que obtiver o número necessário de votos.

O voto em si, é tratado como um exercício de cidadania e de democracia em nosso país. Uma conquista reconhecida, porém, somente no ano de 1988 através da Constituição Federal, que o denomina como Sufrágio Universal. Define como um direito político com valor igual para todos os cidadãos brasileiros, cujo ato é direto e secreto, vide artigo 14 da Lei Maior.

Pois bem. A soberania popular realizada através do sufrágio, é uma importante ferramenta que deve ser utilizada com consciência, mas, principalmente, após um julgamento sólido sobre as perspectivas objetivas e subjetivas que cada candidato possa oferecer.

Em curtas palavras, isto significa dizer que, deve-se olhar além das propostas de campanha, mas enxergar os antecedentes pessoais e políticos da pessoa que busca o voto do eleitor.

No Brasil há uma infeliz prática denominada de “compra de voto”, que apesar de ser crime, não deixa de ser cometida, em que grandes grupos políticos que possuem maior poder econômico sobre outros, conseguem injetar altos recursos financeiros em suas campanhas eleitorais e, assim, influenciar de forma antiética um maior número de eleitores.

Em consequência disso, viu-se estes fortes grupos logrando êxito em colocar ou fazer permanecer os seus representantes no poder, limitando, desta forma, a abrangência da democracia no país, de tal forma ainda, que os reflexos experimentados pela população são costumeiramente negativos.

Por outro lado, na simbólica eleição de 2016 foi possível notar a quebra deste paradigma, pois pequenos grupos e até mesmo candidatos em trabalhos individuais, mas com perfil de patriotismo, de melhor graduação e de características contemporâneas, alcançaram a vitória no pleito eleitoral e pode-se dizer que tem logrado maior serventia a população.

Observou-se, também, uma nova geração de eleitores que estão mais conectados a informação e, dessa maneira, obtendo maior conhecimento sobre os acontecimentos políticos que ocorreram e ocorrem no território brasileiro como um todo, ou seja há um filtro nas escolhas dos representantes.

Em contrapartida, é incontestável que há diversos representantes na Câmara e Governantes Municipais que fazem um trabalho esplendido a frente de seu cargo e que buscaram nas eleições que se aproximam a sua reeleição, de tal maneira ainda, que alguns tentaram a sorte em voos maiores.

Ainda convém lembrar aqui, daqueles que esperam o último ano de seu mandato para efetivamente prestar algum serviço a população e na maioria dos casos com o introito específico de ludibriar o eleitor, fazendo-os acreditar que tem sido prestado um bom serviço e que merece permanecer no cargo eletivo.

Diante das considerações apresentadas, 2020 é o ano para se estabelecer um novo paradigma na política brasileira, é a oportunidade para firmamento do eleitor que zela pelo seu voto, que se preocupa com a sua cidadania e a justa democracia, que não se vende e não se arrepende, que está devidamente preocupado em eleger àquele que melhor prestará um serviço à população.

Estas eleições, oportuniza ao eleitor que efetive uma mudança em seu município ou deposite uma nova chance àqueles que já ocupam a cadeira, ou quem sabe ainda, que um dia já ocupou.

De todo modo, espera-se que o eleitor esteja motivado a votar de maneira consciente e entusiasmado, depositando a sua confiança em candidatos dignos e honestos, uma vez que tal escolha refletirá no futuro do seu município.

Deseja-se uma boa eleição a todos.
 

Cassiano D’Cristian da Silva Juliani, Advogado, pós-graduado em Direito Administrativo e Tributário pela Fundação Escola Superior do Ministério Público de Mato Gross. Atuante nas áreas Eleitorais, Cíveis, Criminais e Previdenciárias.
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