Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Opinião

"O sonho não acabou!"

Essa realmente não foi uma eleição fácil. O descrédito da nossa classe política, o aumento do número de famílias desempregadas, os milhares de títulos cancelados por ausência da biometria e a pandemia do COVID-19, foram alguns dos principais desafios dessas eleições.
 
Os candidatos, antes mesmo de pedirem o voto do eleitor, possuíam a árdua missão de convencê-lo primeiro abrir a porta da sua casa ou comércio, para, assim ouvi-lo e acreditar, mais uma vez, na palavra do “político”.
 
A descrença da sociedade com a política afasta a população do processo eleitoral e permite com que a nossa classe política não se renove.
 
Desta forma, o eleitor acaba indo votar apenas por mera “obrigação” e, também, para se livrar das possíveis sanções penais futuras.
 
A bem da verdade, o exercício do direito ao voto, que por um momento se consolidou como sendo um dos maiores anseios de toda uma geração, pouco a pouco vêm cedendo espaços a um número de abstenções cada vez maior nas urnas.
 
Mas, será esse o melhor caminho?
 
Ao se abster de um processo eleitoral, o cidadão acaba por assinar um “cheque” em branco ilimitado aos demais eleitores, permitindo a estes que concedam, por meio da democracia representativa, que “qualquer um”, sem o seu devido consentimento, legisle, fiscalize ou execute “bem feitorias” para a nossa cidade.
 
Pois bem, consciente e preocupado com essa situação foi que resolvi colocar o meu nome à disposição da sociedade cuiabana, pela segunda vez, como candidato a Vereador, com o intuito de representar a nossa gente, legislar, fiscalizar e acompanhar com muita responsabilidade os passos do chefe do executivo municipal.
 
Era bonito de se ver a esperança, mesmo que de forma tímida, no fundo do coração das pessoas. E, talvez, tenha sido essa a maior diferença dessa eleição para a anterior, que disputei com apenas 18 anos.
 
Agora com 23, além de estar mais experiente, com uma bagagem maior e com alguns serviços prestados, pude sentir mais de perto as necessidades da nossa gente, que mesmo em meio a um momento tão delicado como esse, ainda tentava “acreditar” no nascimento de novos líderes.
 
Sem dúvidas, o que mais me chamou atenção durante toda essa campanha foram as dezenas de vivências acumuladas durante o dia.
 
Cada cuiabano carrega consigo um desejo. Cada coração uma reivindicação. E a cada palavra nossa expressada, ainda era possível visualizar o brilhar nos olhos de alguns cidadãos.
 
Era a tão sonhada ESPERANÇA, que disse ali acima!
 
A esperança de um dia poder ser ouvido. De um dia poder ser escutado. De um dia poder ter seus representantes ao seu lado e, não somente, nos momentos eleitorais.
 
Afinal, essa deve ser a maior missão daqueles que decidem seguir a vida pública. Deixar os seus sonhos de lado e vestir os das pessoas, como se fossem seus.
 
Por fim, 45 dias se passaram. O cansaço por muitas vezes predominava. Os momentos em família cediam espaços ao debate político. As experiências foram muitas e as levarei, com toda certeza, para sempre, dentro do meu coração.
 
Disputar uma eleição com seriedade realmente não é uma tarefa fácil, ainda mais sendo jovem.
 
A pouca idade, infelizmente ainda gera uma certa desconfiança no eleitor, e isso se torna um grande desafio, posto que é necessário convencer o cidadão que o jovem também pode ser um agente de mudanças.
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Afinal, os grandes líderes começaram suas lutas e batalhas desde muito cedo.
 
Ainda no período Imperial, por exemplo, Dom Pedro I quando deu o grito de Independência, era um jovem líder, defensor dos costumes da época, e que possuía 23 anos de idade. Anos depois, o príncipe Dom Pedro II, assume prematuramente o trono, com apenas 14 anos.
 
No século passado, também, os grandes enfrentamentos continuaram e a jovem se consolidou como o principal protagonista desses momentos.
 
Seja na conquista do direito ao voto aos 16 anos ou até mesmo ficando conhecido mundialmente como sendo os “Caras Pintadas” do Fora Collor.
 
Diante disso, é com muita confiança e esperança que acredito que essa “Nova Geração”, a qual faço parte, com muito orgulho, poderá, sim, fazer a diferença.
 
Com muito respeito, é claro, a todas àquelas gerações que já se passaram e que também deram a sua  devida contribuição.
 
Sendo assim, acredito que tudo na vida não passa de um aprendizado. E, diante de tudo que vivi e aprendi nesses dias, tenho a certeza de que não sai derrotado.
 
Isso porque, em nenhum momento deixei e nunca deixarei de lutar por àquilo que acredito.
 
Nos próximos quatro anos, teremos uma legislatura bastante diversificada, formada por jornalistas, médico, professores, pastores, além dos que foram reeleitos. Mas, o principal, é que voltaremos a escutar, com grande felicidade, a voz das mulheres ecoar dentro do parlamento cuiabano.
 
Logo, espero desses vereadores eleitos e reeleitos aquilo que todos nós cuiabanos esperamos.
 
Uma câmara eficiente, que trabalhe junto com o prefeito, mas que também o FISCALIZE muito.
 
E, também, o estreitamento do diálogo com a população e a presença intensa dos mesmos nos mais de 130 bairros da nossa capital.
 
Para finalizar, quero apenas agradecer.
 
 Em 2016, éramos 795 corações. Agora somos 1.126. E, quem sabe, em uma próxima experiência, consigamos consolidar o nosso grande sonho de representar os ideais dessa NOVA GERAÇÃO na política.
 
Encerro agradecendo os 1.126 votos de confiança que a população cuiabana me concedeu. A ESPERANÇA de vocês é a minha também. O SONHO não acabou!
 
Muito obrigado!
 
Gabriel Guilherme é bacharel em Direito, coordenador estadual da Juventude Democratas e suplente de Vereador por Cuiabá.
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