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Terça-feira, 23 de abril de 2024

Opinião

​Turismo, atores locais e seu papel enquanto agentes de desenvolvimento

Autor: João Eduardo Sá Costa Moreira Brito

22 Dez 2020 - 08:00

A busca por um turismo planejado, sustentável e equilibrado, com a retomada do setor conforme se desenha para o inicio de 2021, é algo que se mostra necessário, principalmente em se tratando de destinos turísticos brasileiros.
 
Ainda com o receio de viagens longas, com conexões e esperas em aeroportos e rodoviárias, o cenário mais viável apresenta como possibilidade as viagens de curta duração, o que pode ser benéfico ao turismo local e regional.
 
Os serviços e equipamentos turísticos (meios de hospedagem, alimentos e bebidas, locação de veículos, informações turísticas, transportes, lazer e entretenimento, eventos, entre outros) e serviços e equipamentos de apoio (segurança pública, serviços bancários, iluminação pública, saneamento básico, entre outros) precisam interagir, permitindo aos turistas conhecer a localidade e seus atrativos com a qualidade necessária.
 
O reflexo ocorrido com o cancelamento ou adiamento de congressos, feiras e eventos (Jogos Olímpicos, Eurocopa, Copa América, Festival Lollapalooza, entre outros), evidencia que será preciso ações perenes, com políticas públicas de curto, médio e longo prazo, em detrimento daquelas onde a cada gestão são descontinuadas.
 
O Ministério do Turismo, por exemplo, tem na plataforma do Mapa do Turismo Brasileiro, a preocupação com políticas continuadas, planejadas e integradas, para que os municípios atendam os requisitos necessários, investindo recursos e ações para melhoria da infraestrutura, dotação orçamentária para o setor, cadastro de prestadores de serviço turísticos, bem como promoção dos destinos e regiões turísticas.
 
Os setores público e privado precisam estar em sintonia, com planejamento e gestão descentralizada, inserindo a comunidade autóctone no contexto. É vital a visão global com o agir local, de modo sustentável e integrador, permitindo que se compreenda a importância do turismo em prol da geração de emprego, renda e desenvolvimento.
 
É notória a riqueza turística de nosso território, bem como a hospitalidade, e nessa retomada, ajustar nesse planejamento preços justos e qualidade no atendimento, permitirá que as regiões se fortaleçam e criem uma competitividade saudável, para que cada localidade busque valorizar suas peculiaridades nesses corredores de desenvolvimento.
 
Será de suma importância os Conselhos Municipais ativos e efetivos, visto que políticas com prazo de validade como tem ocorrido (de 4 em 4 anos), sem perspectiva de continuidade, não agregam. Precisamos estruturar o turismo com dados oficiais que permitam a elaboração de planos de ação para captar recursos e atrair investimentos e um calendário anual de eventos retroalimentável.
 
É preciso ainda alinhar ações intermunicipais, para que os corredores de desenvolvimento sejam capazes de ampliar a permanência do turista na região, fortalecendo a perenidade, em detrimento à sazonalidade. O planejamento turístico pode não ser capaz de resolver todos os problemas existentes, mas seu caráter colaborativo trás contribuições para organizar os arranjos locais e a integração.
 
Temos um setor que representa hoje mais de 8% do PIB, e com isso precisamos coletivamente para fortalecê-lo. É chegado o momento de pensar o turismo de modo profissional, para regular e fortalecer Estados e Municípios, de modo condizente e perene com as especificidades presentes em cada localidade e região turística.
 

João Eduardo Sá Costa Moreira Brito é cuiabano, Mestre em Turismo (UnB). E-mail:  joaoeduardobrito@hotmail.com
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