Olhar Direto

Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Opinião

O autoritarismo cego e a inaptidão para o diálogo pelo Governo do Estado

Um estadista é e sempre será reconhecido por sua habilidade de dissociar a falta de empatia dos adversários mantendo-se alheio a limitações políticas.  Nas últimas semanas, o anúncio feito pelo Governo do Estado - alicerçado pela arrogância -  quanto à mudança do modal VLT para o BRT, evidencia o que já é de domínio público: a total incompreensão de premissas básicas da política, como o diálogo. 

Aliás, é premente que se faça uma distinção entre um gestor e o autoritarismo cego, que é justamente evidenciado na inabilidade e desprezo por uma construção coletiva. Replicar conceitos que se distanciam e reafirmam tal postura não é, nem de longe, comum a uma gestão que carrega a humanização como assinatura.

Frente à ausência desse elemento balizador (a interlocução), mais uma vez, o que se vê é a repetição de um jogo orquestrado. A ofensa frente a legitimidade de ações.  A ofensa em detrimento da população. A ofensa em demérito ao trabalho e a uma gestão eficiente, merecedora de quase 90% de aprovação. O show de horrores desenhado por frases carregadas de impropérios beira a parvulez.  É sempre mais do mesmo: o ataque como estratégia de defesa. 

A corrupção deve e sempre será combatida, mas a   gênesis da discussão, nem de longe, deveria ser deturpada. 

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, não poderia se apequenar frente a uma decisão unilateral, desconsiderando a legitimidade de quem foi democraticamente escolhido para cuidar da maior cidade do Estado.

Imperioso esclarecer que no pedido feito à Justiça, o município de Cuiabá respalda-se no fato de ser integrante da região metropolitana do Vale do Rio Cuiabá e por ter o direito líquido e certo de participar de forma ativa das decisões acerca da implantação do modal. 

Rememorando: o Estatuto das Cidades e de toda a legislação estadual que trata da região metropolitana do vale do Rio Cuiabá preveem de forma expressa que as políticas públicas de interesse comum dos entes públicos integrantes de regiões metropolitanas devem ocorrer de forma planejada, conjunta, integrada e impossibilitando que decisões como a adotada pelo Governo do Estado ocorram de forma unilateral sem a oitiva dos entes interessados. 

O que incomoda, certamente, é que a gestão Emanuel Pinheiro, não se omite. A gestão Emanuel Pinheiro segue com sua retilinearidade: a defesa intransigente de Cuiabá e por Cuiabá.


Luís Claudio de Castro Sodré é secretário de Governo de Cuiabá.
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet