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Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

Janeiro Branco, saúde mental é sobre autocuidado

Possibilidades. Recomeço. Deixar o que deve ficar para trás. Janeiro é uma referência ao deus grego Jano, que representa transições e mudanças. 

O ano tem sido colorido para destacar campanhas relevantes na área da saúde, e aproveitando a simbologia do mês, criou-se o Janeiro Branco, mês de conscientização sobre a saúde mental.

Uma folha em branco é um universo de possibilidades, se desenha um sol amarelo ou, com algumas retas, um castelo. A metáfora é sobre construir, edificar um estilo de vida que tenha a saúde mental no seu alicerce. 

A campanha do Janeiro Branco é recente, surgiu em 2014, capitaneada por profissionais da psicologia, é um movimento nacional que tem ganhado espaço a cada ano. 

Ao contrário do Setembro Amarelo, cujo foco é o suicidio, o fim trágico de um adoecimento mental, aqui falamos sobre atitudes positivas, que assimiladas à rotina, levam ao bem estar e te protegem de adversidades.

Estou falando do cultivo de hábitos e relações que te engrandeçam, aliviam o estresse do mundo externo, te fazem sorrir e repensar aqueles que levam ao sofrimento.

O grande trunfo é que nossa mente é equipada de uma ótima bússola que aponta ao que faz bem. 

Praticar exercício físico é indispensável à uma saúde duradoura, mas qual te trás mais saúde mental? Relações afetivas também são essenciais, mas essas que você tem cultivado, valem a pena? Afinal, o que você gosta de fazer?  Ninguém, além de você consegue responder.  

Você foi à academia porque disseram que era bom, comeu salada porque o médico mandou, trabalha porque precisa do salário, se casou porque teve filhos, cuida dos filhos porque eles não se cuidam sozinhos. 

Cumprindo o burocraticamente papel de mãe, advogada, esposa, filha, irmã, dona de casa, em algum momento Maria deixa de ser Maria. Espremida pelo o que entende como obrigações, não resta nada que realmente queira fazer. 

Como um castelo de cartas, uma vida sem tempo para si, sem lazer e sem relações empáticas, desmorona ao primeiro sopro. 

Como o tempo é essa coisa inelástica, será essencial fazer o que deve ser feito da forma que te faça bem. 

O melhor exercício é o que você mais gosta de fazer, sem vergonha de pular corda ou dançar axé. Relações familiares e amorosas são importantes, mas relacionamentos abusivos intoxicam e vão te anular, existem outras pessoas por aí. Busque faculdades ou empregos que realmente te inspirem, um salário que existe às custas do seu bem estar cobrará uma rescisão amarga. 

São atos de autocuidado, e todo cuidado conta, mas isso só acontece com autoconhecimento. 

Às vezes a bússola aponta a direção, mas enxergar o caminho até lá é o mais difícil. Entender quem se é, é complexo, perceber como ser outra coisa, mais ainda. Por sorte, você não precisa fazer isso sozinho. 

Os profissionais da saúde mental te ajudam a se enxergar, se aceitar e mudar, se preciso for. 

Cuide de você, e se precisar, nós, psiquiatras e psicológos, estaremos aqui de Janeiro a Janeiro.  



Manoel Vicente de Barros é Psiquiatra em Cuiabá e atua no tratamento de Depressão e Ansiedade, CRM 8273, RQE 4866. Instagram: @dr.manoelvicente
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