Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

Pós pandemia avança onda verde

As pessoas tornaram-se mais vigilantes em relação à saúde sob efeitos da pandemia de covid-19. Observa-se, no cenário global, que o meio ambiente será beneficiado, de certo modo, pelo pós-pandemia. Espera-se resultados e conexões mais conscientes daqui pra frente. O novo coronavírus vai mudar a vida da população mundial. Seja no ambiente doméstico assim como no universo corporativo. Prova disso, são os primeiros atos como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que anunciou o retorno da nação ao Acordo do Clima de Paris, pelo qual os países se comprometem com metas de redução de emissões de carbono na atmosfera, para conter o aquecimento global. 

O anúncio de Biden coincide com a comemoração de mais uma passagem de aniversário do Acordo de Paris, onde foi estabelecido que o aumento da temperatura média global no final do século deve ser inferior a 2 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais, e recomenda um máximo de 1,5 graus. O país, que é o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, foi retirado das tratativas climáticas sob o comando de Donald Trump. O fato é que o governo dos Estados Unidos reconheceu novamente a realidade do aquecimento global impulsionado pelo homem, uma mudança refletida por novas referências à crise climática.

De olho nessa nova onda ambiental, o banco Safra anunciou recentemente um novo fundo de investimento sustentável com foco em ações de empresas com boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa. A ideia é oferecer aos seus clientes uma opção de investimento por meio de papéis de empresas cada vez mais preocupadas com o meio ambiente. Destinado a investidores em geral, a escolha dos papéis considera os planos futuros das empresas e as iniciativas anteriores no combate às emissões de carbono.

É perceptível a infinidade de novos produtos com o selo vegan dando razão a este novo comportamento humano. A indústria já identificou os potenciais consumidores a favor das causas animais e ambientais. Destaque para os setores de cosmético, alimentício e vestuário. O comportamento do consumidor está influenciando a forma como as empresas enxergam esse mercado. Mundialmente, cerca de 70% dos consumidores estão mudando de dieta para prevenir obesidade, diabetes e colesterol, segundo a centenária rede de supermercados britânica Sainsburys. A transformação é impulsionada pela mudança sem precedentes da população, cada vez mais consciente em relação às causas ambientais e ao cuidado com os animais.

A pauta ambiental ganhará ações mais pragmáticas daqui pra frente. As tomadas de decisões seja na escolha do novo CEO da empresa, o lançamento de um novo produto, enfim, estarão alinhadas às causas socioambientais. Assunto de interesse mundial, a preservação da maior floresta tropical, a Amazônia, é de extrema relevância e entrará no radar político da próxima eleição presidencial. O bioma é responsável pela umidade de toda a América do Sul, influencia no regime de chuvas de todo o país, contribui para estabilizar o clima global e ainda tem a maior biodiversidade do planeta. Apesar de sua importância ambiental para o mundo, a reserva natural tem sido constantemente ameaçada por atividades predatórias, como desmatamento, queimadas e garimpo ilegal.

Precisamos mudar a chave pró-meio ambiente, caso contrário, iremos deparar com fatos é o caso de um importante berçário natural de peixes, a Baía de Chacororé, localizada no coração do Pantanal mato-grossense, em Barão de Melgaço, que está condenada ao desaparecimento tamanha devastação. 

Thiago Itacaramby é gestor ambiental e jornalista em Cuiabá  
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