Olhar Direto

Terça-feira, 16 de abril de 2024

Opinião

Parem de matar a diversidade

As pessoas trans, homens e mulheres, na maioria das vezes desde bem jovens, têm um sentimento de serem "diferentes". E, sem entender muito bem esse sentimento do diferente, sofrem. Essas pessoas podem passar, por anos, por esse sofrimento e angústia de não se identificar psicologicamente e emocionalmente com o sexo biológico. Com isso, vem o desconforto de se olhar no espelho.

Parece assustador ter que conviver com uma imagem que não condiz com os sentimentos que se tem dentro de si.

O aparelho reprodutor o sexo biológico com o qual nascemos é limitado para resumir a complexa relação de identidade e papéis sociais de nós, humanos.

Sentimentos de rejeição, tristeza, solidão, medo, angústia, permeiam a vida das pessoas trans.

Ao sobreviver a todo esse turbilhão de emoções, deixam nascer uma pessoa que antes só existia em seu íntimo e que queria e ansiava por se expressar em corpo e alma.

Há aquelas pessoas que, por tanto sofrimento social imposto, não consigam suportar a dor e não se permitam.

Na história da nossa sociedade ocidental, pessoas diferentes da norma são alvos de olhares desaprovadores e, no limite da aversão, de crimes violentos. Em 10 anos, 42 trans foram assassinadas em Mato Grosso. A vida delas é coisificada, pois não são tratadas como humanos e por isso assassinadas com requinte de crueldade. Essas vidas são interrompidas muito cedo, levando em conta ainda a alta taxa de suicídios. A estimativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de apenas 35 anos.

Não existe no estado do Mato o número correto de pessoas transexuais vivendo aqui.
29 de janeiro é o Dia da Visibilidade Trans. O Mães pela Diversidade MT vem, através desta nota, abraçar todas as pessoas trans, principalmente as que se encontram na difícil etapa de aceitação e transformação social. Solidarizar-se também com familiares, dando força para que estejam ao lado de seus filhos e não os deixando à mercê da hostilidade e da crueldade da transnfobia.

Parem de matar nossos filhos e filhas transexuais, de olhar para eles com desprezo.

Países como Noruega, Espanha e Suécia estão há muito tempo na vanguarda dos direitos de pessoas trans na Europa. O Brasil, infelizmente, encontra-se entre os que mais matam.

Pessoas trans existem, resistem e estão por  toda parte,  frequentando escolas ou universidades. Respeite e acolha!
 
Josi Marconi Seixas, Coordenadora do Mães pela Diversidade MT
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