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Opinião

Questão de competência

Marcelo Portocarrero

O que mais assombra as pessoas no atual momento político nacional é a percepção de que os opositores do governo não têm interesse em ajudar o país crescer e os argumentos que usam para atrapalhar são tão frágeis que meia dúzia de palavras do atual Ministro da Economia os desmorona como castelos de areia.

Sem ter outra alternativa preferem trabalhar para deixar o povo a míngua. Se pensam que agindo assim conseguirão minar o futuro do governo estão certos, como também é certo que as pessoas já perceberam que fazem isso para depois se candidatarem a salvadores da pátria. Com essas ações destrutivas demonstram não conhecer a nova equação política, esta que permanece nas cabeças daquela maioria de eleitores que elegeu o atual presidente. Não perceberam que se empenhar por menos é caminhar no sentido contrário ou seja, para um final com sinal negativo e que trabalhar por mais significa que todos vão ganhar caso o resultado seja positivo, inclusive eles. Mas não, seus objetivos escusos são desestabilizar o governo e garantir espaços como parecem fazer os presidentes das duas casas do Legislativo. Para eles o país vem depois.

É lógico que a recuperação da economia trará estabilidade financeira e oportunidades para o governo desenvolver suas propostas de políticas públicas, o que por si só não lhe garante sucesso. Por outro lado, e ao contrário do que parecem temer oposicionistas e centristas, significará oportunidade para que todos possam com base em uma economia saudável apresentar novas ou até mesmo velhas propostas de gestão. Terão sido acometidos de amnésia ou não entenderam as reais causas de suas derrotas nas últimas eleições? Se a lição foi aprendida também saberão explorar os eventuais erros do atual governo, somá-los a argumentos convincentes e apresentar suas plataformas de governo nas eleições de 2022.

Desde 2018, vitória em eleição passou a ser questão de competência e não de “compratência”, até porque os meios de comunicação que utilizaram não são mais capazes de cooptar as mentes dos eleitores, mas principalmente porque o celular e as redes sociais são “os olhos que tudo veem”  como no livro 1984 de George Orwell só que com o objetivo inverso, pois é o povo que tem o controle sobre eles e não os políticos.

A ficção criado por Orwell quase se materializou quando dos governos Petistas onde os números foram constantemente manipulados para mostrar um país das maravilhas aos mais desinformados com o beneplácito de seus comparsas de nível superior. Por muito pouco não chegamos a ter filhos vigiando seus próprios pais pela forma como estavam manipulando livros e processos de ensino. As famílias estavam sendo alijadas da educação, os professores que não aplicavam a cartilha do partido eram desprestigiados, os alunos eram incentivados a reagir negativamente às idéias liberais e muitas outras atrocidades morais como visto durante a campanha eleitora de 2018.

Durantes aqueles governos a população foi desarmada, os meios de comunicação controlados por meio não ortodoxos e boa parte da população levada a crer, assim como na ficção de Orwell, que nosso Brasil estava em permanente estado de opressão pelos países desenvolvidos do mundo. Assistimos a corrupção tomar conta dos poderes da república, das empresas públicas e se espalhar pelas atividades privadas, a ineficiência tomou conta do governo e o padrão de vida passou a ser nivelado por baixo.

Propositalmente as tecnologias passaram a ter uso limitado e a economia controlada para que pessoas e estruturas paralelas ao governo como o MST e o MTST permanecessem dependendo de invasões de terra privadas e imóveis particulares para manterem dependência ideológica com seus lideres e vivessem por 15 longos anos na esperança de um futuro melhor que nunca aconteceu.


Marcelo Portocarrero é Engenheiro Civil.
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