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Opinião

Trem do progresso

João Edisom de Souza

Nas últimas semanas estive envolto com questões relativas a iminente possibilidade da chegada dos trilhos do trem na região metropolitana de Cuiabá. História iniciada pelos meados de década de 1970 com o saudoso Vicente Vuolo. 

Primeiro fiz uma visita as instalações da Rumo (maior concessionária ferroviária do país), no dia 04 de julho, onde conhecemos as instalações e o funcionamento de carga e descarga de produtos, principalmente grãos, que saem de Mato Grosso rumo ao Porto de Santos (SP), mas também as cargas de retorno, que são os containers que chegam lotados de produtos de todos os tipos que serão consumidos aqui em Mato Grosso.

Francisco Vuolo, filho de Vicente Vuolo, deu sequência ao desejo do pai e, assim como um guerreiro solitário, não deixou a chama apagar. Hoje, graças ao empenho do deputado estadual Carlos Avalone e do senador Welington Fagundes, responsáveis por fomentar esta questão da logística no estado e também organizar, não só a visita, como a audiência pública na sede da Fiemt, em Cuiabá, no dia 8 de julho.

A esperança de Vicente Emilio Vuolo (deputado estadual de 1958 a 1962 e de 1966 a 1970, deputado federal de 1974 a 1978, prefeito por Cuiabá de 1962 a 1966 e senador de 1978 a 1982) já é factível e está perto de ser realizado.

As possibilidades residem no fato de termos hoje uma região metropolitana com mais de um milhão de consumidores que recebem hoje, via transporte terrestre, mais de vinte milhões de toneladas de produtos por ano, volume este superior a exportação do agro dos estados de Goiás ou de Mato Grosso do Sul, que ficam abaixo de 17 milhões de toneladas por ano. 

A chegada da ferrovia a Cuiabá deverá gerar algo em torno de quatro mil empregos diretos. Podemos até dizer que, apesar de não serem incompatíveis, a ferrovia é mais importante que o VLT, pois viabilizaria o modal, em vista ao volume de serviços e gente que envolve.

Questões que envolvem o local para ser instalado o terminal são muito importantes. Distância dos centros urbanos, por exemplo. Não poderá ser perto o bastante para não gerar povoamento, mas tem que ser perto suficiente para que o morador da cidade possa ser colaborador nos terminais, algo entre 50km e 70km. Quem deverá discutir isso? Principalmente prefeitos e vereadores dos municípios que formam a área metropolitana. 

E onde estão eles neste debate? Pasmem, somente a prefeita de Chapada dos Guimarães (Thelma de Oliveira) compareceu na audiência pública. Os demais sequer os vices compareceram! Mas com certeza estarão todos no lançamento e na inauguração!

João Edisom de Souza é professor universitário e analista político em Mato Grosso.
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