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Opinião

Uma mentira pode dar a volta ao mundo, enquanto a verdade ainda calça seus sapatos

Juliano Rafael Teixeira Enamoto

Inicialmente gostaria de dizer o que esse artigo propõe a expor mais que a versão da Comunidade Católica daquele município, mas os fatos da melhor maneira fidedigna e mais, descontruir uma narrativa injusta realizada por inúmeros meios de comunicações.

O título acima é uma frase de atribuída a Mark Twain, que expõe o Poder da Mentira, que alcança mais pessoas em curto tempo, enquanto a verdade demora a alcançar as pessoas. Particularmente há uma desinformação envolvendo os fatos que atingem as notícias envolvendo a Comunidade Católica de Campos de Júlio

Recentemente foi amplamente noticiado um fato, ocorrido em alusão a data comemorativa de Nossa Senhora Aparecida, até o presente momento vi em mais de 16(dezesseis) sites a reprodução do fato, muitas vezes com título espalhafatoso, tipicamente “Clickbait” ou seja “caça cliques”, tais como os seguintes títulos: “Professora em MT é arrastada e presa por protestar contra Bolsonaro”; “Professora é detida após defender “Lula Livre” em bingo  de Igreja;ADUNEMAT aponta truculência”, “Professora é presa e dopada após protestar contra Bolsonaro em evento beneficente”.

Os títulos acima exemplificam um intuito de atrair a atenção do leitor desavisado, trazendo com um estilo espalhafatoso, inverossímil com  a ocorrência real, caro leitor já imaginou em um “show de prêmios” em uma comunidade provincial e muito acolhedora ocorrer um Protesto Lula Livre, em uma festa em alusão à Nossa Senhora Aparecida? Retrataram as pessoas que participaram pacificamente como bárbaros, claramente irreal!

Curioso é que a os munícipes de Campos de Júlio, estão custeando o funcionamento dos cursos de Direito e Administração da Unemat, com repasses periódicos, em cursos na modalidade fora da sede,  algumas informações estão em outro artigo intitulado “Pequenas cidades, grandes vitórias” e até o presente momento há um silêncio ensurdecedor do Magnífico Reitor da Unemat,Sr Rodrigo  Bruno Zanin ou da Vice Reitora Nilce Maria da Silva quanto aos fatos e ao ataque sofrido pelos Católicos de Campos de Júlio, sendo que a comunidade católica local, parcela mais que significante da população local está sendo aviltada gratuitamente por tais matérias, além da “Nota” da Associação de Docentes da Unemat.

Além de conter no bojo do texto assertivas absolutamente desnecessárias com o fato noticiado e ilações que atingem a honra do pároco local e ofende a Comunidade: ” Como incomodou os organizadores da festa, o pároco  apelidado  Frei Sojinha por sua relação preferencial com os grandes produtores de grãos da Região, resolveu chamar a polícia para que tirasse a professora do palco”

Qual o intuito jornalista, qual o interesse público do leitor saber de uma alcunha supostamente atribuída ao Pároco local? Há claramente um juízo de valor negativo, um adjetivo degradante ao Frei. Repito qual a relação da alcunha atribuída a este(“Frei Sojinha”) e o juízo de valor atribuído(“sua relação preferencial com os grandes produtores de grãos da Região”) qual o interesse público e relação jornalística com o aposto explicativo utilizado? 

Essa estratégia de denegrir a imagem do Frei, quando inexiste relação entre o fato ocorrido, a ausência  de interesse público e interesse jornalístico, demonstra ser apenas um argumento nefelibata, sofista e se preferirem  “Ad hominem” 

Outro fato interessante é a ausência  nas dezenas de matérias jornalísticas de menção a qualquer fato dos fatos descritos no Boletim de Ocorrência 2019.307279, buscando rebater ou confirmar os fatos descritos naquele boletim de ocorrência , algo típico da atividade jornalista, ou ao menos que deveria ser.

O que é mais interessante ainda em relação ao Frei é que ele não estava presente quando dos fatos, muito menos ligou para a Polícia deslocar-se ao local, ou seja o ataque ao Frei além de desnecessário é impreciso no mínimo, pois não estava presente no momento, refutando a Nota de Solidariedade da Associação dos Docentes da Unemat:  “À certa altura da festa, a professora Lisanil subiu ao palco, num impulso de reivindicar músicas mato-grossenses. Como incomodou os organizadores da festa, o pároco (conhecido como Frei Sojinha por sua relação preferencial com os grandes produtores de grãos), resolveu chamar a polícia para que tirasse a professora do palco. Imediatamente, quase uma dezena de homens apareceu para deter a professora e levá-la a força para fora daquele lugar.”

A pessoa que  aparece no vídeo com um telefone na mão é o Senhor Alisson Rihl Leontino, membro da Comunidade e que tentou antes conversar com a Professora, para que desistisse de tal intento e não atrapalhasse a festa, o que infelizmente não ocorreu, tal fato não consta em nenhuma reportagem e seria facilmente obtido por qualquer jornalista.

O Leitor mais crítico poderá indagar quanto a ausência da menção ao vídeo amplamente divulgado. Vamos falar não apenas deste vídeo, mas de outros pouco divulgado na mídia. Há um vídeo divulgado antes da imobilização(com duração de 34 s) com a Professora Lisiane afirmando: “Eu não vou sair daqui, eu não vou sair daqui....enquanto esta banda não tocar uma música do Mato Grosso, está claro? Está claro ou precisa desenhar?”

Com a feição claramente transtornada, começa a desmoronar a narrativa criada por inúmeras matérias, na fala descontrói ainda o argumento do “Protesto ao Bolsonaro”,“Protesto ao Lula Livre”. 

Outro relato importante é do Senhor Nelson Zuchi Neto, que estava no local e expos que além dos organizadores do belo evento, outras pessoas buscaram que a Professora parasse com tais atos, impedindo não apenas o sorteio, mas o divertimento das famílias que ali estavam para desfrutar de momentos agradáveis este é o relato de uma testemunha ocular: “Foi solicitado educadamente inúmeras vezes que a professora deixasse o palco e permitisse que o sorteio de prêmios continuasse havendo negação da docente; O locutor solicitou que se houvesse algum amigo, conhecido ou parente dela no recinto ajudasse a convencê-la de descer do palco”

Leitor, reconheço que tenho certa dúvida se as matérias refletem um verdadeiro jornalismo ou alguma reprodução panfletária, pois inúmeros princípios inerentes ao Código de Ética dos Jornalistas foram violados, tais como: 1)  Apuração e Verdade dos Fatos(art7º Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros-ABI); 2) Ausência de Interesse Público em fatos que denigrem ao Frei(artigo 9º Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros-ABI) ;3)Tratar com respeito as pessoas mencionadas(artigo 14 Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros-ABI). 
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