Imprimir

Opinião

Paradoxal desenvolvimento do Estado de Mato Grosso!

Romildo Gonçalves

Estamos vivenciando diametralmente dois desenvolvimentos em mato grosso um econômico e outro social, o primeiro com tecnologias de produção e produtividade comparável a de países como Holanda, Dinamarca, Suíça, França Suíça, Estados Unidos... ou até melhor.
 
Já no segundo caso o estado pode ser comparado a países como Nepal, Sudão, Haiti, Bangladesh, Serra Leoa... Como se diz por aqui! Uns tem demais e outros tem de menos, paradoxal, não? Até quando?
 
Nessa questão sinceramente o Estado de Mato Grosso tem nos últimos anos apresentado uma dicotomia inquestionável no que se refere melhoria da qualidade de vida e distribuição de renda da maneira mais injusta possível uns no topo e outro no fosso.
 
Urge, portanto uma reavaliação das políticas públicas ora em curso no Estado, visando justiça social para mais de oitenta mil famílias de famintos em um Estado tão rico, respeite a vida e dignidade humana.
 
Por isto questiona-se que desenvolvimento é esse? Para que? Para quem? Com que propósito? E pontua-se que tal fato é uma questão inadmissível e aleia ao dirigentes mandatários desse gigante Estado Mato Grosso que continua a ignorar uma questão tão degradante da dignidade humana.
 
Propalado aos quatro cantos do mundo como sendo uma potência econômica, o Estado de Mato Grosso apresenta um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) tão dispare, paradoxal que literalmente assusta. Existem hoje no Estado de Mato Grosso “guetos”, explícitos na população humana residente que sobrevivem literalmente no submundo.
 
Mato Grosso tem hoje uma população humana residente de três milhões e quatrocentos mil habitantes em seu território, com oitenta uma mil famílias sobrevivendo em condições de pobreza extrema! Algo de envergonhar o ser humano mais sem vergonha e sem dignidade que existe na fase da terra.
 
Como justificar o injustificável? Com a palavra os gestores públicos, populistas e indignos que dirigem o Estado! Para completar o Estado de Mato Grosso é também líder absoluto em doenças como Hanseníase; Hantavirose; Leishmaniose; Dengue, Malária, Febre Amarela... Doenças associadas às condições de precariedades da vida humana, falta de saneamento básico, moradias, qualidade de vida e saúde...
 
Doenças erradicadas no século passado voltaram a recrudescer com força total no território mato-grossense. Com a palavra os gestores públicos desse gigante Estado que a séculos parasitam o povo!
 
Ah! Convivemos ainda com trabalho escravo nas fazendas, morte precoce de Silvícolas por inanição! Desmatar e Queimar para produção de subsistência de forma rudimentar é senso comum no meio rural mato-grossense para assentados rurais e pequenos produtores, que absolutamente não foram vistos e não tem assistência técnica do poder público que ainda não viram essa gente.
 
Como dizia Paulo freire! O poder público não consegue mirar com exatidão esse povo. Na prática existem hoje duas camadas da sociedade humana em mato grosso uma vivendo no século 21, e a outra em pleno período paleolítico.
 
Penso sinceramente que há algo errado nessa seara não? Desenvolver o Estado promovendo a justiça social, respeitando a dignidade humana é dever dos gestores públicos que ganham para executar essa missão. E este seria na essência o princípio básico que nortearia o sentido da vida, mais esses dito gestores não pensam assim.
 
Por outro lado não custa lembrar que a concentração de renda nas mãos de poucos fere de morte qualquer pensamento altruísta.
 
Nesse sentido pergunta-se que desenvolvimento é esse praticado no Estado de Mato Grosso? Com milhares de pessoas vivendo em condições de extrema pobreza, e outros nadando em facilidades. É, além de paradoxal, assustador, não? Ou mais que isso vergonhoso.

Com a palavra os gestores e mandatários desse rico e alvissareiro Estado. Não perdemos nossos sonhos, portanto, temos a capacidade de indignar!
 
Romildo Gonçalves é Biólogo, Prof.Pesq.: Em Ciências Naturais da Ufmt/Seduc
Imprimir