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Opinião

O recalque de Mauro Mendes - Parte 2

Juarez França

Imaginei que o primeiro artigo, cujo título era “O recalque de Mauro Mendes” já deixaria claro essa relação ambígua e contraditória que o governador tem pelo prefeito da capital. O conceito de “recalque” foi desenvolvido por Freud, dentro da teoria psicanalítica e se refere a um mecanismo de defesa da mente que rejeita situações incompatíveis com quem gostaria de ser. Popularmente, recalque é sinônimo de pessoa invejosa e que reprime os desejos e felicidades alheios.

Avaliava que essa fixação pelo prefeito Emanuel Pinheiro, era somente por parte do governador Mauro Mendes, até que fiz a leitura do artigo do outro Mauro, o Carvalho, que também está sendo acometido pelo mesmo sentimento, o recalque. Mas chega de usar esse conceito freudiano nesse artigo, os leitores já entenderam o aspecto limitado pelo qual Mauro 1 e Mauro 2 estão passando e parece que Gilberto também andar nesse caminho.

A fala de Carvalho, sem nenhuma novidade, era só mais um discurso clichê de que o governo estaria cuidando da pandemia. Ok! Porém, ter esse tipo de preocupação e ficar propagando esse discurso não me parece virtude de nenhum gestor, pelo contrário, é obrigação. Quando me lembro de como esse governo está se preocupando com os outros 140 municípios do estado, fico atônito com a fala do presidente da AMM (Associação Mato-grossense dos Municípios ), ele afirmou que houve prefeituras que receberam do governo federal menos de três mil reais para o combate da pandemia e que contavam com recursos provenientes do governo do estado, Porém, o que se teve até hoje de repasse do estado? Nada que fosse significativo.

Neurilan Fraga vem constantemente cobrando o governador Mauro Mendes para que ele reúna com TODOS os municípios para minimizar os problemas e dilemas que estão passando com a pandemia. No entanto, eis que mais uma vez, vejo os “Mauros” voltando a falar somente de Cuiabá e de só querer reunir prioritariamente com o prefeito da capital, Emanuel Pinheiro. Talvez seja para pedir conselhos, já que o Mauro 2, disse em seu artigo que Emanuel se comporta como “o gestor estadual” no combate contra o COVID-19. Bem, não me lembro de ter ouvido qualquer fala do prefeito nesse sentido, mas se eu fosse Emanuel Pinheiro já agradeceria Mauro 2 por considerá-lo case de sucesso no combate ao covid-19.

  Mauro Carvalho também fala em seu artigo sobre as eleições de 2020, dizendo que ninguém do alto escalão teria pretensões políticas. Eu arriscaria dizer que a ausência de organização para lidar com a pandemia, não correspondeu às expectativas da população quanto as medidas contraditórias tomadas por esse governo. Arriscaria mais uma vez em dizer que “o se faz aqui!” Opa! O que se faz aqui em Cuiabá contra a pandemia, que é reconhecido pela população, mas que é negado pelo governador, vem fazendo com que os demais municípios de Mato Grosso paguem um preço alto pela falta de gestão e de direcionamento de um governo.

Esse mesmo governo faz cópias claras dos acertos realizados na capital contra pandemia. Mendes cuida de 141 cidades, porém cada uma com suas particularidades. A sua fixação em criar factoides e tentar forjar um ringue de embates para suprir suas vaidades, vem deixando o governador perdido e tomando decisões que envergonhariam qualquer gestor.

Vamos lá, Mauro 2 vem deixando claro que seus quadros que estão na cúpula dos cargos do governo não descompatibilizaram para as eleições de 2020, pelo compromisso incondicional com o povo. Convenhamos, né? Não tomaram essa decisão pela atuação pífia e sem rumo que estão tomando até agora com a pandemia.

Do secretário de Saúde, até o secretário da fazenda, e claro, sem esquecer de Mauro 2 também, a população mato-grossense não aplaude e não legitima o trabalho de nenhum deles. Na saúde, o secretário Gilberto vem fazendo uma gestão perdida de quais ações deve tomar e priorizar, sem falar dos cuidados com a saúde dos reeducandos do sistema prisional, que prefiro ponderar num próximo artigo. O senhor dos Anéis, opa! O senhor dos recursos, Rogério Gallo ecoa uma mesma fala na gestão de Mauro 1: “o estado está quebrado”, no entanto, na gestão Taques seus discursos e ações eram outras, “dançava conforme a demanda da elite mato-grossense a época, ou seja, não daria para confiar em alguém assim que muda “conforme a música”? Não, muda conforme a conveniência de quem pressiona mais. Com certeza o “lobby” popular jamais teria sua atenção. Os servidores e professores do estado é quem sabem disso. Já Mauro 2, nem precisaria falar, seu artigo detalhado sobre a gestão de Cuiabá só comprova que tipo de gestor gostaria de ser e que provavelmente nunca será. Ao invés de preocupar com o estado, vem se tornando uma espécie de “detetive virtual do Fantástico”, que no final de todas as suas buscas, descobre que suas observações não passavam de ilusões e de falácias. Pergunto! Alguém desse time conflituoso e perdido teria capilaridade para disputar uma eleição? Vou deixar que os leitores respondam.

Para tudo nessa vida sempre tem uma última opção. Vejam, última opção. Eis que surge Fábio Garcia. Sim, aquele mesmo que teve sua esposa com denúncias como servidora fantasma na Assembleia Legislativa. Sim, aquele que só foi eleito deputado federal, porque seu “pai” Mauro Mendes, o calçou financeiramente e politicamente, quando esse ainda gozava de respeito popular em Cuiabá. Como sou responsável com o que falo, sugiro que procurem mais informações quanto ao senhor “Fabinho Garcia”, tenho coisas mais importantes para ainda tratar aqui.

E por fim, não poderia deixar de falar do convite do governador ao prefeito Emanuel Pinheiro para uma reunião no Paiaguás. Sim, aquela que a reunião que hipoteticamente Emanuel não iria. A reunião e a divulgação tiveram uma boa “maquiagem”, porém, toda maquiagem sai, assim como toda máscara cai. O que era para ser uma reunião com desdobramentos propositivos, se tornou uma espécie de “golpe” nos convidados, dando demonstrações claras que o que o senhor Governador fala em pé, não fala sentado. Publicizou que houve importante consenso na reunião, ele só esqueceu de dizer com quem era esse consenso, porque não bastou dois dias e Mauro 1 voltou para o seus modos operandi de ser, “O Vingador”, quem lê quadrinhos já deve ter percebido a semelhança desse personagem com o governador. Aquele que prometeu RGA aos servidores e não cumpriu, aquele que levou os trabalhadores da educação a travar a maior greve do estado. Aquele mesmo que disse que não faria certas privatizações nas empresas públicas do estado, mas tão logo o fez, aquele que apontava como seu arque inimigo, o deputado Wilson Santos, hoje tem nele seu maior aliado, para ser a sua mão de carrasco. A reforma da Previdência está acontecendo, professores interinos ainda desempregados, pessoas estão morrendo, podendo vir a óbito pela fome, já que o desemprego está generalizando ou pela pandemia do COVID-19.

Em meio a todas essas celeumas, ele, Mauro 1, como gestor máximo do estado deveria ser o primeiro a levantar a bandeira branca e amenizar esse enfrentamento entre os poderes, mas infelizmente a sua estratégia é o contrario. Para ele, quanto pior, melhor, para que ele surja como o Sassa Mutema Mato-grossense. Vende massivamente a dificuldade, para valorizar suas ações. O exemplo está ai, enquanto a população do interior de MT desce para capital para sobreviver, haja vista que em Cuiabá ainda tem aparato de atendimento, o governador continua tentando atingir o prefeito e ainda chancela que seu secretário chame de “irresponsáveis, desocupados e vagabundos”, aqueles que se indignaram por ver materiais hospitalares ainda inutilizados. Lamentável!

Mauro 1, Mauro 2 e Gilberto, vocês são gestores, ampliem suas listas de atenção e prioridade. Enquanto vocês tentam duelar com o prefeito da capital, ocupem o tempo de vocês para duelar contra o COVID-19, que convenhamos, está dando uma surra em vocês.

P.S.: Cuidem da nossa população, mas cuidem de todos! Não deixem que a pandemia faça com que os pobres virem apenas números de vítimas e que ricos virem manchete, para que só assim vocês façam alguma coisa! Porque aí, Mauro’s e cia, infelizmente poderá já ser tarde demais.




Juarez França, 23 anos, ativista dos Direitos da Juventude.
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