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Opinião

Adolescência e Autonomia

Andréia Ramos

Adolescência: para o estatuto da criança e do adolescente período entre os 12 aos 18 anos; para organização mundial da saúde, entre os 11 aos 19 anos. Apesar das variações na idade que inicia, é uma fase do ciclo vital, marcado por inúmeras mudanças, mas também por grandes conquistas, seja na área física (puberdade), social, emocional e cognitiva, bem como na independência dos pais, na formação da sua identidade e no fortalecimento da conexão com os pares. É um processo de construção de identidade e da autoimagem, onde buscam desenvolver maior autonomia dos pais, agindo e decidindo por si mesmos.

Autonomia pode ser definida como independência, liberdade, autogoverno, emancipação ou autossuficiência. Ou seja, refere-se à capacidade do indivíduo de sentir, pensar e decidir seu próprio destino. Para conquistar maior autonomia durante esse período é fundamental aperfeiçoar as habilidades adquiridas no decorrer do seu desenvolvimento como: pensamento crítico, soluções de problemas e relacionamentos interpessoais, entre outras, e aprimorar as competências. Porém, autonomia é mais do que ter comportamentos independentes, é ter conhecimento de que as tomadas de decisões não envolvem somente a si próprias, mas também aos outros, como familiares e pessoas externas do ambiente familiar, amigos e parceiros.

Autonomia não significa o afastamento ou desligamento emocional dos pais, mas sim que o indivíduo possua mais domínio nas tomadas de decisões sobre sua vida, tornando-se dessa forma mais independente emocionalmente. No percurso do complexo processo de desenvolvimento da autonomia, que acontece de forma gradativa, encontram-se inúmeras vertentes que interferem em seu crescimento, e uma das principais é a família. Para os pais, a adolescência caracteriza-se pela perda da criança.

Suportar e aceitar essa transição não é algo fácil, pois sentem-se frustrados quando percebem que seu filho não é mais dependente e que não precisa mais de certos cuidados. É necessário mudanças na dinâmica e nas relações familiares. A família precisa passar pelo processo de luto, aceitando a perda e modificando o tipo de zelo para seguir emfrente.

O processo de autonomia se torna eficaz quando os adolescentes são autorizados e estimulados por seus pais a serem mais independentes e autoconfiantes, concedendo-lhes direção para se sentirem seguros. Nesse estágio, é necessário que a família tenha flexibilidade e busque a independência mutua, proporcionando ao adolescente um ambiente onde possa ter autonomia e comportamentos independentes, sem obrigatoriamente distanciar-se dela.

É importante ressaltar que o período da adolescência é diferente para cada indivíduo devido as divergentes situações da realidade em que se vive e pela influencia do âmbito sociocultural que está inserido.


Andréia Ramos Psicóloga Clínica Especialista em Terapia Sistêmica andreiaramospsico@gmail.com  
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