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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Dia mundial do coração: Excesso de sal põe em risco a saúde cardiovascular

Hipertensão, AVC e infarto agudo do miocárdio são algumas das enfermidades causadas pela ingestão excessiva de sal

Você sabe qual quantidade de sal ingere por dia? Embora muitas pessoas não tenham esse controle, uma pesquisa feita em 2014 pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, revela que o consumo médio de sal no Brasil é de 12 gramas por dia, ou seja, duas vezes mais que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A meta é reduzir até 2022 para 5 gramas diários de sal, o que corresponde a uma colher rasa de chá, como forma de promover a saúde.

Segundo o médico cardiologista Luiz Scala, que é diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia e cooperado da Unimed Cuiabá, o consumo elevado de sal amplia os riscos de hipertensão e é responsável pelo aumento das doenças circulatórias e cardíacas. “Em consequência da hipertensão arterial, há o aumento de doenças como o acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca”, esclarece.

A hipertensão arterial caracteriza-se por níveis aumentados e sustentados da pressão arterial. O acidente vascular cerebral ou derrame cerebral ocorre quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea adequada. O infarto agudo do miocárdio é quando o fluxo de sangue que leva ao miocárdio (músculo cardíaco) é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. E a insuficiência cardíaca caracteriza-se pelo coração dilatado e fraco.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, um estudo de 2015 - Heart Disease and Stroke Statistics (Estatísticas sobre doenças cardíacas e infartos), da American Heart Association, declarou durante a última década pesquisada, de 2001 a 2011, que a taxa de morte por hipertensão, em mais de 190 países pesquisados, aumentou em 13,2%. O Brasil representa o sexto lugar entre os países com a mais alta taxa de morte por doenças cardíacas, infartos e hipertensão arterial, entre homens e mulheres de 35 a 74 anos. Um dos agentes causadores dessas doenças é o consumo excessivo de sal, que eleva o sódio no organismo a níveis prejudiciais.

Nesta terça-feira (29), comemora-se o Dia Mundial do Coração, data importante para lembrar a todos da necessidade de se cuidar desse órgão vital. Mas como cuidar do coração? Além de manter uma vida saudável com alimentação equilibrada, aliada com prática de atividade físicaregular, é necessário diminuir o consumo de sal.

Para tentar diminuir o consumo de sal, a nutricionista das Clínicas Unimed Cuiabá, Graciely Navarros, recomenda evitar a adição de sal de forma excessiva bem como abster-se de alimentos industrializados e processados. “Evite alimentos que tenham alto teor sódio, como por exemplo, embutidos, enlatados, conservas, fast-foods, empanados, lasanha congelada, macarrão e sopa instantânea, salgadinhos, hambúrgueres, bolachas, processados e outras refeições prontas que contenham conservantes.”

A nutricionista explica ainda que outra estratégia a ser feita para evitar o sal é retirar o saleiro da mesa e fazer a substituição do sal de cozinha por ervas ou temperos naturais, que contêm menos sódio. “O sal de ervas confere sabor ao alimento, fazendo não ser preciso usar muito sal. Além disso, ele é feito com as ervas da sua preferência, como manjericão, orégano, salsinha, alecrim, hortelã, alho, cebola, dentre outros. A mudança alimentar é benéfica e o coração agradece”, ressalta. Graciely orienta que o sódio tem sua função e não deve ser totalmente banido da alimentação. “Ele é responsável pela regulação da quantidade de líquidos que ficam dentro e fora das células. No entanto, deve-se reduzir ao máximo o consumo.”

Atenção aos rótulos – O cardiologista Luiz Scala enfatiza que é importante prestar atenção na rotulação dos alimentos com as informações nutricionais. Ele adverte que é preciso verificar a quantidade de sódio nos produtos (1 g de sal contém 400 mg de sódio). “A recomendação diária é não consumir mais do que 5 gramas de sal por dia, pois, a partir de 6 gramas, todos podemos nos tornar hipertensos”, afirma. Alguns porções de alimentos já ultrapassam esse valor, como é o caso do macarrão instantâneo, que possui 1991 mg de sódio. “É preciso ficar atento nos alimentos que mencionam ter mais do que 100 mg de sódio por porção. Até mesmo alimentos light têm altas quantidades de sódio para conferir sabor ao alimento. Um quilo de sal iodado é o suficiente para uma família de quatro pessoas durante 50 dias”, frisa o médico.

Outra dica importante para evitar o consumo de industrializados é fazer uma lista para o supermercado. Dessa forma, cria-se um foco na hora de comprar alimentos mais saudáveis e a pessoa não cai na armadilha de adquirir produtos atrativos que normalmente são ricos em gordura e sódio.

Prevenção – A Unimed Cuiabá, que neste ano completa quatro décadas de atuação, zela pela saúde e qualidade de vida de seus 227 mil clientes, defendendo a adoção de práticas que previnam a ocorrência de doenças.






 

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