Olhar Conceito

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Colunas

Professar, educar sempre!

Em tempos idos já falamos sobre trovas, vinhos e canções, novos chorões do cerrado, fonógrafo e outros temas que permeiam nosso existir. Porém, ao refletir sobre qual tema iria escrever nesse fim de outubro, me veio no pensamento que, se por um acaso do destino eu não soubesse ler ou escrever, “Ainda que eu falasse a língua dos anjos", não estaria aqui hoje para reverenciar as pessoas ( e foram muitas...) que ao longo da minha existência, conduziram meus passos na esteira do saber. Achei por bem então, diante do que me tornei ao ser iniciado no mundo do conhecimento, louvar, reverenciar, agradecer com outros tantos verbos que aqui caberiam, a figura dos professores, docentes, mentores e mentoras que como formadores, lecionam, orientam, educam e são preceptores ou preceptoras da vasta população deste mundo.

Sim. O que seria de nós sem a dedicação amorosa destas almas dedicadas a nos tomar pelas mãos e com muito zelo, amor e abnegação, dar continuidade ao trabalho que o seio maternal se incumbiu de iniciar... assim, diante deste computador, escrevo  com o que aprendi umas poucas linhas para agradecer primeiramente à minhas essenciais professoras, minha mãe Beatriz e minha avó Adelaide me ensinaram a balbuciar as primeiras palavras, sem contudo, ainda no seio familiar, me esquecer da minha tia avó Nilza Freire, imortal acadêmica e das influências musicais do meu saudoso avô China. Chegando a este ponto, adentro a academia. Nossa! Quantas almas a reverenciar, a agradecer pelo que fizeram ao meu viver... .Na impossibilidade de recordar de todas estas preciosidades do mundo escolar, cito a inenarrável Rosângela Calix, professora que marcou com conhecimento e paixão pelo ensino. Cabe-me aqui ainda louvar de forma ampla a todas as pessoas que, diante de um mundo tão competitivo e materialista, se dedicam à Arte de professar seus conhecimentos, transmitindo ao mundo, cada um em seu campo de trabalho, todo o manancial cultural para o bem das futuras gerações. E antes que eu me esqueça e coloque ao fim destas palavras o meu ponto final, vou mais uma vez utilizar das palavras da cantoria do saudoso Manoel Severino de Moraes, nosso eternal cururueiro e  fazedor de violas.  Manoel foi em vida, Professor e Orientador do meu também querido amigo e professor Habel dy Anjos, que ao convidá-lo para adentrar o espaço acadêmico da Universidade Federal de Mato Grosso para repassar aos nossos colegas do Departamento de Artes os seus saberes sobre a cultura local, nos saudava cantando assim: “Quero dar um bravo viva a todos que aqui estão. Me chamaram de orgulhoso e eu não sei por que razão. Nasci na casa de palha num ranchinho beira-chão. Maior orgulho que eu tenho é de ser mato-grossense , não nego minha geração”.  Aos queridos e saudosos professores que já estão no encantamento, aos que continuam firme, o agradecimento de todos nós, alunos e professores que, como o Manoel mesmo disse, jamais negaremos nosso ideal. Professar, educar sempre!

*Raul Fortes é músico-educador, regente, cantor, percussionista e integrante dos grupos "O samba, a bossa e as novas', 'Camerata Jazz', 'Mesa pra 6', 'Quinteto Camerata' e 'Orquestra de rua'. 
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