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Colunas

​Botox ajuda a tratar depressão?

Nayara Cerutti

Espelho, espelho meu tem alguém mais feliz do que eu?! Sim, esta pode ser a nova pergunta frente ao julgador espelho, do qual nunca mente. Em tempos em que a beleza ganha holofotes entra em cena algo extremamente importante, o grau de felicidade. Neste termômetro de autoestima, autoaprovação e saúde mental, quem diria que a a toxina botulínica (vulgo BOTOX) rouba a cena. Mas, você deve estar se perguntando, qual a relação entre o Botox e a depressão? Como é possível o combate a este crescente mal no planeta? A resposta vem de um estudo, na Scientific Reports, revelou que milhares de pessoas que receberam injeções de Botox em seis locais diferentes do corpo relataram a diminuição dos sintomas de depressão, em relação a outros tratamentos. 

A toxina é aplicada por meio de injeções para aliviar rugas, linhas de expressão, enxaquecas, transpiração excessiva, entre outras possibilidades que visam pequenas correções com o intuito de promover a satisfação, e foi por acaso que identificou o possível combate aos sintomas da depressão. De acordo com os pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade da Califórnia, foram usados o banco de dados do FAERS (Sistema de Relatórios de Efeitos Adversos) da FDA, órgão regulatório dos EUA, para analisar, o que quase 40 mil pessoas relataram após o tratamento com Botox. 
A equipe aplicou um algoritmo matemático para procurar diferenças estatisticamente significativas entre usuários de Botox e pacientes que receberam tratamentos diferentes para as mesmas condições. Com isso, descobriram que a depressão foi relatada 40 a 88% menos frequentemente pelos pacientes tratados com Botox, em seis das oito condições e locais de injeção.

A descoberta é incrível pois aponta um novo coadjuvante no tratamento e combate a depressão. Outro ponto que pode ser levado em consideração é que ao aplicar Botox na região superior da face, entre os olhos e a testa, conhecida como a região da braveza, leva a desaceleração da atividade muscular, e ao evitar o movimento que franze o semblante, enviamos uma mensagem ao cérebro, de que não estamos ansiosos ou tristes. Esses e outros elementos funcionam como neurotransmissores que induzem ao relaxamento mental, desacelerando anomalias mentais, como a depressão. 

Ou seja, o Botox, nesse caso, não traz esse resultado por permitir a elevação da autoestima pela beleza e jovialidade que ele  proporciona, mas sim, dos efeitos mais orgânicos, ainda em análise. 
Nesse cenário reforço que não é a primeira vez que a toxina botulínica surpreende a medicina, pois ao tratar de doenças oftalmológicas graves é que foi identificado seu efeito estético. Por esses benefícios incríveis achados da toxina botulínica é que ela faz valer a pena sempre levando mais alegria, beleza, rejuvenescimento, autoestima e um estilo de vida favorável a vida.


Nayara Cerutti, odontóloga com atuação em harmonização facial
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