A primeira coisa que você precisa entender é que treinar em intensidade máxima é fazer o máximo que você consegue, independente da carga ou da quantidade de repetições.
Por exemplo, se você treinar com um peso enorme e interromper antes de chegar à falha, então você treinou submáximo com pouca intensidade.
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E se atente para uma coisa: intensidade e volume se rejeitam. Então quem faz vários exercícios e passa horas na academia não treina intenso, treina volumoso.
Isso acontece porque mesmo sem perceber nosso corpo tem uma autopreservação, ou seja, nós diminuímos o esforço à medida que aumentamos a quantidade de coisas que fazemos.
Se você sabe que correrá uma maratona, certamente não irá correr rápido desde o começo, né? Na musculação é a mesma coisa.
Você pode até ficar exausto depois de um treino com 12 exercícios, mas a intensidade empregada certamente é menor do que se o treino fosse feito com 6 exercícios.
Por fim, treinar com intensidade deveria ser regra para todo mundo já que esse cálculo leva em consideração a capacidade de trabalho o que envolve desempenho e segurança.
Por esse motivo, treinos intensos podem ser usados por fisiculturistas, atletas de alto nível, idosos, cardiopatas, etc.
E mesmo que você não busque massa muscular, existem estudos analisando treinos intensos para ganhos de força, massa muscular, perda de gordura e melhoras na saúde.
Quando faz uma série de exercícios, seu corpo chega a um limite de energia em que você não consegue mais repetir a sequência de exercícios da maneira correta(comprometendo a técnica de movimento), sem controle na amplitude total do movimento, e então você treinou até a chamada “falha total muscular".
Outro objetivo de treinar até a falha total é o desafio de apresentar ao corpo técnicas que o tirem do nível de conforto, fazendo os músculos trabalharem mais do que estão acostumados. Ao promover esta intensidade, estimula-se a adaptação do corpo, aumentando os níveis de força e resistência muscular e cardiovascular. Pode não ser fácil ou prazeroso, já que inevitavelmente a prática proporciona desconforto e pode causar alguma dor no momento do exercício. Mente focada e força de vontade são necessárias. No entanto, expor seus músculos a este tipo de dificuldade pode trazer benefícios. Trabalhar um grupo muscular até a sua completa exaustão leva a um nível maior de crescimento e desenvolvimento muscular.
O pesquisador espanhol Dr. Mikel Izquierdo descobruiu que treinar até a falha total em cada série aumenta drasticamente os níveis de repouso do hormônio catabólico cortisol e suprime fatores de crescimento anabólicos como IGF-1.
No entanto, esse estudo também sublinhou que, para atletas mais experientes, treinar esporadicamente até à falha total pode ser vantajoso quando o objetivo é ultrapassar uma fase de estagnação, para obrigar o corpo a reagir e evoluir. Ainda, ajudar a aumentar a quantidade de hormônio do crescimento liberada pelo organismo, assim como melhorar a ativação das unidades motoras, que irá proporcionar maiores ganhos de força e volume.
Por fim, o estudo também sublinhou que treinar até à falha total durante um longo período de tempo pode ser prejudicial, na medida em que pode resultar em uma fadiga generalizada devido ao excesso de treinamento sem o devido descanso(overtraining). É importante saber que seu corpo precisa de um tempo de recuperação maior.
Existe uma grande quantidade de evidências científicas a favor de treinamentos de musculação de até uma hora de duração, mantendo boa intensidade, sem grandes períodos de descanso entre as séries.