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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Aos 101 anos, alfaiate mais antigo de Cuiabá mantém clientela fiel e não pretende "se aposentar"

Foto: Gustavo Carmona

Aos 101 anos, alfaiate mais antigo de Cuiabá mantém clientela fiel e não pretende
Com uma vasta cartela de clientes famosos como Fernando Côrrea da Costa e José Fragelli, o alfaiate Antônio Armindo Pedroso, que completou 101 anos no último dia 4 de abril, é uma das personalidades que fazem parte dos 300 anos da história da capital. Antônio já produziu mais de três mil peças e continua trabalhando até hoje com a ajuda da família, no ateliê localizado na Rua 24 de outubro, no Centro de Cuiabá, onde ainda não tem intenção de se "aposentar".

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Nascido em Poconé (104 Km de Cuiabá), Antônio mudou-se com a família para Cuiabá ainda criança, em busca de mais oportunidades. Aos dez anos de idade, ele se matriculou em um curso extracurricular em alfaiataria, no Colégio Salesiano São Gonçalo, onde estudava. Aos onze anos, ele entrou para a Alfaiataria do Silvério Guimarães, onde fez a sua primeira peça completamente sozinho, uma calça. Logo em seguida aprendeu a fazer paletó.

Em 1930, Antônio estudava no período da manhã e à tarde trabalhava em uma alfaiataria na Praça da República, depois do expediente ainda trabalhava entregando jornais para ajudar nas despesas da família. Em 1939, a alfaiataria fechou por falta de clientela, depois disso, Antônio começou a viajar em busca de trabalho.



Aos 21 anos, Antônio precisou voltar para Cuiabá, após a morte da mãe. Ele decidiu montar o próprio negócio em parceria com um sócio, Apolônio de Souza. Juntos, eles montaram a Alfaiataria Capitólio, na rua Ricardo Franco, onde trabalhou até 1943, quando foi convocado pelo exército. Apolônio comandou a empresa durante a ausência de Antônio, até meados de 1949, quando romperam a sociedade.

Antônio então decidiu abrir outra alfaiataria na mesma rua e nomeou a loja como “Pedroso moda masculino”. No local, ele permaneceu por vinte e cinco anos e contou com a colaboração de seis funcionários devido ao aumento no movimento de clientes. O alfaiate ficou conhecido na baixada cuiabana por produzir ternos e gravatas para personalidades como Fernando Côrrea da Costa, José Fragelli, Carlos Bezerra e Jayme Campos. Os tecidos eram importados e comprados em São Paulo.
 
Gustavo Carmona, neto de consideração do alfaiate, contou ao Olhar Direto que seu avô sempre manteve os hábitos de vida saudáveis. “Ele me conta que vive uma vida regrada, nunca bebeu para passar mal, nunca comeu até ficar "cheio", não comia muita gordura e fumava apenas 3 cigarros por dia. Defende que as pessoas nunca podem ficar sem trabalhar, sem fazer nada, porque o corpo adoece, e ficar dormindo em casa era seu pior pesadelo. Um de seus hábitos é acordar cedo e tomar seu café e logo após tomar seu guaraná ralado que tanto gosta”, afirma.



Gustavo, que trabalha como fotográfo, fez os registros e conta com emoção a história do avô, que serviu de inspiração para ele. Para quem tiver interesse em conhecer mais o trabalho do Gustavo como fotografo, basta entrar em contato através do telefone (65) 9 9921-8415 ou pelo site
 
Antônio é casado com dona Ivone e estão juntos há 68 anos. Dessa união nasceram seis filhos, que lhe renderam onze netos e cinco bisnetos. Atualmente um dos filhos ajuda o senhor Antônio na alfaiataria, localizada na Rua 24 de outubro, no Centro de Cuiabá, telefone (65) 3321-2495.
 
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