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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Na Bolívia, chapadense não consegue voltar e sofre de preocupações com a mãe e a filha

Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução

Taiane (detalhe) vive em Santa Cruz de La Sierra, onde estuda medicina

Taiane (detalhe) vive em Santa Cruz de La Sierra, onde estuda medicina

Taiane Francisca da Costa tem 30 anos, e está no 7o semestre de medicina na Universidad de Aquino Bolivia. No início do mês de março, quando acabaram suas férias – que passou em sua cidade natal – ela voltou para Santa Cruz de La Sierra, e viu tudo mudar de repente. Agora, se preocupa com sua mãe e sua filha, que ficaram em Chapada dos Guimarães, mas não pode voltar por falta de ônibus disponíveis.

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“Eu estava no Brasil de férias e adiei minha vinda. No dia que eu estava embarcando em Cuiabá recebi um comunicado da faculdade que as aulas estavam suspensas ate 31 de março e mesmo assim eu vim. Durante a viajem notei que não tinha mas aquela movimentação diária aqui dentro do país... em San Mathias na bimodal [rodoviária] não tinha muitas pessoas, muitas frotas de ônibus fechadas e notei que na entrada da cidade estavam montando tipo uma concentração de militares”, contou ao Olhar Conceito. “Ao chegar em Santa Cruz de La Sierra a bimodal estava fechada, poucas frotas de ônibus chegando ou saindo da cidade. Mas tudo tranquilo, sem muito alvoroço e a cidade estava bem parada”.
 
Desde então, ela não pode sair de casa, a não ser em um horário determinado pelo governo para que vá ao supermercado. Assim como no Brasil, não há restaurantes, festas ou bares, e nem mesmo o transporte público ou taxis em funcionamento. “O povo aqui esta obedecendo todas as medidas obrigatórias que foram estabelecidas pela presidenta. O toque de recolher é a partir das 17h e quem estiver nas ruas depois desse horário será preso por 8 horas. Para ir ao mercado, é uma pessoa por família, e passa por uma triagem. Se apresentar algum sintoma ou até mesmo febre, não é permitido entrar”, conta.
 
Suas maiores preocupações, no entanto, são com a família que ficou em Mato Grosso. Taiane sofre com a possibilidade de sua filha de dez anos ficar doente e ela não conseguir ir embora para ajudá-la. “Peço a Deus todos os dias em oração pra guardar minha família, e ligo todo dia pra casa pra saber como elas estão, se estão ficando em casa, lavando as mãos quando chegam da rua e passando álcool em gel. Faço um monitoramento diário delas (minha mãe e minha filha)”.
 
Estudar medicina foi um sonho realizado. Taiane formou-se técnica de enfermagem e trabalhou durante três anos, sem imaginar que essa possibilidade seria real, até que conheceu uma médica boliviana, Eliana Calderon, que lhe explicou todo o processo.
 
Durante a quarentena, a estudante tem aulas online via videoconferência, e ainda não sabe quando as presenciais irão voltar. Em sua cidade, há quinze casos confirmados do novo coronavírus (COVID-19). “Estou evitando o máximo sair de casa, saio se necessário pra comprar algo no outro lado da rua e volto pra casa novamente. Não se vê mais muitas pessoas nas ruas, só saem mesmo se for preciso. Eu fico mais dentro de casa o tempo todo”. Em sua opinião, os bolivianos estão respeitando mais a quarentena do que os brasileiros.
 
“Fiquem em suas casas, saiam só se for necessário! Pois todo cuidado nesse momento é valido pra cada um de nós e por respeito a quem tem que sair de suas casas pra cuidar do próximo”, finaliza.
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