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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Mato-grossenses na Espanha alertam: “No Brasil estão brincando com a gravidade da situação”

Foto: Arquivo Pessoal

A família na Espanha, em quarentena

A família na Espanha, em quarentena

Há um ano o casal Cosme Weslley Vaz de Souza, 30, e Adriana Morera Antunes, 32, decidiu ir embora de Cuiabá para viver na Espanha com sua filha, que hoje tem três anos. A ideia era buscar um lugar mais seguro, com boas escolas e boa saúde pública. Desde o início da contaminação do coronavírus na China, no entanto, acendeu-se um estado de alerta. Hoje, a Espanha é o segundo país mais afetado pelo vírus, com 47.610 casos e 3434 mortes. As consequências para eles foram drásticas: Cosme foi demitido e Adriana está com suspeita da doença. “No Brasil estão brincando com a gravidade da situação”, lamentam.

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Cosme é fotógrafo, mas também trabalhava em um assador de frangos na província de Granada, onde vivem, no sul do país. Adriana, que é publicitária, ficava cuidando da filha. A rotina, no entanto, virou de cabeça pra baixo. “No começo o Cosme teve que trabalhar, mas devido a falta de movimento ele foi mandado embora. Ao mesmo tempo que foi um alívio que ele finalmente pudesse ficar em casa, também é um desespero não saber o que fazer com as contas, que evidentemente vão chegar. Então, no momento, estamos todos de quarentena e estabelecendo uma rotina dentro de casa, com atividades para nossa filha e tentando seguir da melhor forma possível”, contou ao Olhar Conceito.
 
Apesar disso, voltar para o Brasil nunca foi uma alternativa. “Teríamos medo de estar no Brasil agora”, declaram. Inclusive, o casal conta que teve dificuldade de convencer os familiares daqui que a situação realmente era preocupante. “Eles pensavam que estávamos exagerando, alguns nos pediram para voltar. Aqui nos sentimos seguros. Tememos realmente pelo que acontecerá com a nossa família, já que no Brasil estão brincando com a gravidade da situação”.
 
Segundo Adriana, quando a situação do vírus começou a sair do controle na China, o assunto já passou a ser comentado pelos espanhóis, mas, no início, todos acreditavam ser algo simples. Tudo mudou quando surgiram casos em Madri, quatro horas de carro da província onde eles moram. “Em cerca de dois dias a situação passou de preocupação a pânico e surgiram casos em todos pueblos (que seriam como os bairros no Brasil)”.
 
Adriana não teve febre, mas começou a sentir um mal estar no corpo e falta de ar. No entanto, somente os casos graves estão sendo testados. Por precaução, ela está afastada do marido e da filha. “Minha filha quer me abraçar e eu digo que não posso. É de cortar o coração”, lamenta.
 
Eles só saem para ir ao mercado, e somente uma pessoa é permitida, usando máscaras e luvas. Ao retornar, tiram toda a roupa e colocam para lavar com água quente, e desinfetam as compras com água sanitária ou sabão.
 
“As pessoas aqui gostam muito de ficar na rua e nesse meio tempo também nos acostumamos a essa realidade, então essa falta de convívio é muito doída. O povo espanhol é muito caloroso e diversas atividades foram desenvolvidas ao longo desses dias”, conta Adriana. “Campanhas como aplaudir os profissionais da saúde,  colocar desenhos feitos pelos nossos filhos nas janelas para outras crianças vejam, músicos tocando em suas varandas.. atitudes muito bonitas que emocionam. Todos sentem muito a falta de suas liberdades, mas a maioria entende a importância de ficar em casa”, finaliza.

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