Uma luminária inspirada em borboletas do Pantanal e uma mesa de canto que lembra as pedras empilhadas nas cachoeiras de Chapada dos Guimarães são alguns dos detalhes afetivos do restaurante da Casacor Cuiabá, na Arena Pantanal. O espaço de 200m² foi projetado pelas arquitetas Jessica Fiorenza, Adriele Martins e Itamara Cenci, que são amigas há uma década e se uniram para criar o espaço.
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As arquitetas explicam que o processo de execução do restaurante levou 30 dias, prazo apertado para o tamanho da área que precisaria ser entregue e, por isso, o projeto se tornou um dos mais desafiadores da carreira das profissionais. Além de seguir o tema da edição da Casacor deste ano, que é Ancestralidade, elas também precisaram projetar um espaço que conversasse com o cardápio criado por João Mansur.
“Usamos a junção de materiais e paisagismo, tanto que colocamos a Oliveira em nosso ambiente, que remete ao azeite, a base de todos os pratos. O João criou cada prato com uma história específica, fomos casando isso na arquitetura. Como se formou em Roma, ele tem várias especialidades fora do país, então ele foi buscar o prato de cada região: o primeiro risoto da humanidade, a história da mostarda Dijon, que é da França, então em cada prato ele foi usando um elemento e contamos essa história junto com ele, usando madeira, pedra, o verde”, explica Adriele.
A Farfalla, um dos destaques da iluminação do ambiente, foi criada pela designer Luciana Martins, conta Jessica. “Ela criou a Farfalla exclusivamente para nosso ambiente, se inspirou nas borboletinhas amarelas do Pantanal. Vai ser capa da Artefato, revistas importantes que vão divulgar e, com certeza, em breve estará em Paris e Nova Iorque”.
Já a mesa inspirada nas pedras empilhadas de Chapada dos Guimarães é da coleção Equilíbrio do designer Augusto Lima, que é de Lucas do Rio Verde (MT). Em um dos cantos do restaurante, as arquitetas também utilizaram uma luminária inspirada nas garças do Pantanal, também criada por Augusto Lima.
“O Muxarabi que está no mundo desde o século 14, criamos e mandamos fazer tudo nesse tempo, fizemos para dividir a recepção da parte da cozinha e banheiros, de uma forma que trouxesse essa beleza. O Muxarabi é o que deu início aos elementos vazados ao Cobogó, hoje todos voltaram a gostar do Muxarabi, sabemos que é uma tendência da arquitetura também”, conta Itamara sobre outros detalhes da decoração.
O feedback do público tem chegado diariamente, desde o início da Casacor, em outubro. Como o espaço estava abandonado antes do evento, as arquitetas explicam que a transformação surpreende os visitantes.
“As pessoas ficam encantadas, porque era um espaço que nunca tinha sido utilizado, estava abandonado e ganhou funcionalidade. Já nos falaram que poderia ser um cartão postal da cidade. Aqui estava tudo pichado, colocamos piso, limpamos”, conta Adriele.
“Quando ele foi criado, foi pensado para ser um restaurante, então hoje tudo que a gente queria era que ele permanecesse assim. Temos um tempo curto para desmanchar tudo, o que mais ouvimos foram pessoas pedindo para que ficasse”, completa Itamara.
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