O elefante asiático Tamy, que estava em processo de transferência para o Santuário dos Elefantes Brasil (SEB), em Chapada dos Guimarães, faleceu na noite desta terça-feira (18), no Ecoparque Mendoza, na Argentina. Com mais de 50 anos de idade, Tamy enfrentava problemas de saúde decorrentes do envelhecimento e de um longo histórico de confinamento extremo.
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Tamy vivia há mais de três décadas no antigo zoológico da cidade argentina, após ter sido retirado de um circo. Sua transferência para o Santuário vinha sendo preparada há meses por tratadores e instituições ligadas à causa animal. Mesmo com um histórico de desconfiança em relação a humanos, nos últimos três meses Tamy começou a demonstrar sinais de abertura e confiança com a equipe que o acompanhava.
A morte foi anunciada oficialmente pelo Santuário dos Elefantes, que lamentou profundamente a perda e ressaltou os danos causados pelo cativeiro de longa duração. "Seu passado no circo fez com que a maior parte — senão toda — de sua formação fosse baseada em dominação, o que gerou uma profunda desconfiança dos humanos. Nos últimos três meses, nossa equipe de tratadores vinha trabalhando para construir uma relação com ele, e Tamy começava a responder de forma positiva ao tempo que passavam juntos", diz trecho da nota.
Ainda não há confirmação sobre a causa da morte, mas uma necrópsia será realizada. Tamy era um dos últimos elefantes que aguardavam transferência para o Santuário em Chapada dos Guimarães.
"Tamy será lembrado pela doçura que, por vezes, transparecia por baixo de sua aparência mais rígida — nos momentos em que se sentia seguro o suficiente para baixar a guarda. Sua partida revela o impacto do cativeiro, mas sua vida foi muito mais do que sua história e seu entorno. Ele era um doce garoto, que tentava confiar em si mesmo e em quem o cercava, iniciando sua jornada emocional rumo à liberdade antes mesmo de dar os primeiros passos rumo à liberdade física".
Atualmente, o santuário tem cinco habitantes: Maia, Rana, Mara e Bambi e Guillermina, todas elefantas asiáticas resgatadas. Com exceção de Guille, que nasceu em cativeiro, no Ecoparque de Mendoza (Argentina), as outras elefantas viveram décadas de suas vidas trabalhando em circos e zoológicos.