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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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'Sobrenatural: A origem' mostra que franquia perdeu o fôlego

Foto: ' (Foto: Divulgação)

Cena do filme 'Sobrenatural: A origem

Cena do filme 'Sobrenatural: A origem

Há um erro um tanto grosseiro na tradução do título desta sequência de “Sobrenatural”, franquia de sucesso sobre possessão demoníaca criada por James Wan e Leigh Whannell (ambos de “Jogos Mortais”). Conhecida nos Estados Unidos como “terceiro capítulo”, no Brasil a produção recebeu o nome de “a origem”, o que não incomodaria, se não fosse uma inverdade.

Trata-se, sem dúvida, de uma prequel, que narra fatos anteriores ao filme original. Mas não mostra a gênese do que importa: o início do martírio da família Lambert ou dos poderes mediúnicos da heroína Elise (Lin Shaye). Trata-se apenas de um caso a mais na vida da médium. Um “spin-off”, quando muito.

Dirigida e roteirizada por Whannell, deixando Wan apenas na produção (tal como Oren Peli, o criador de “Atividade paranormal”), a história ocorre “alguns anos antes” do primeiro filme e tem como ponto de partida a jovem Quinn (Stefanie Scott), que acaba de perder a mãe, vítima de câncer. Ela tenta contatá-la no além, mas a experiência não dá certo.

Procura então a médium Elise, que a alerta: “Quando você chama por alguém morto, todos eles a escutarão”. Mas o estrago já estava feito e um espírito, “o homem que não consegue respirar”, está atrás da adolescente.
O problema é que Elise tem o próprio fantasma para combater – ninguém menos do que a “noiva de negro”, a presença maligna que assombrou Josh Lambert (Patrick Wilson) na infância e voltou para roubar seu corpo em “Sobrenatural” 1 e 2.

O pai de Quinn, Sean (Dermot Mulroney), então liga para os trapalhões Tucker (Angus Sampson) e Specs (o próprio Whannell), que possuem uma série na web sobre casos paranormais, para ajudá-lo. A reunião da médium com os investigadores é a única hipótese concreta para chamar este filme de “a origem”, com a sociedade do trio.

Apesar das boas cenas, que incluem a icônica mulher sem rosto, pés e mãos, o terceiro capítulo perde fôlego. Whannell não consegue acertar na dinâmica da família (recorrendo a um tom de comédia tedioso), explora mal suas personagens (um vizinho, interesse amoroso de Quinn, simplesmente some) e perde muito com a saída do diretor de fotografia John R. Leonetti da franquia.

Trabalho este que ficou a cargo de Brian Pearson (de “No Olho do Tornado”), que se limitou a tentar fazer uma cópia dos filmes anteriores.

A narrativa pede também um pouco de paciência a quem assiste, pelos excessos tradicionais da franquia (maquiagem, cenografia, trilha sonora e diálogos) e nas liberdades do roteiro sobre o além. Fora de seus corpos, as almas dos personagens percorrem essa dimensão de espectros que andam de elevador e cantam músicas sombrias para os vivos.

Um quarto capítulo ainda não foi anunciado, mas não seria estranho que isso ocorresse já que, combinados, os filmes renderam mais de 1 bilhão de reais pelo mundo.
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