Segundo os presentes, a maior parte queria apenas assistir ao que os espíritas chamam de “comunicação entre os dois mundos”, o material e o espiritual. Naquela noite aconteceria mais uma sessão de psicografia do médium de Uberaba Alaor Borges Júnior.
Antes do início da sessão, um coral e a cantora espírita Yasmin Medeiros se apresentaram para manter a harmonia do ambiente. Às 19h30 o médium entrou no salão e era perceptível o semblante das mães que sonhavam com um contato. No entanto, muitas delas diziam já terem sido contempladas apenas de saber que o espírito de seus entes queridos estava ali.
“Os espíritos foram visualizados pelo médium no momento da entrega do pedido, e descritos perfeitamente. Outras mães diziam que o médium disse o nome de parentes já falecidos que estariam em sua companhia naquele momento, entretanto o ápice da felicidade seria se a carta viesse”, afirmou um dos presentes no local.
Alaor psicografou por cerca de duas horas, sem parar nem mesmo para tomar água. No final, leu as oito cartas recebidasnaquela noite, todas com seis ou sete nomes de pessoas da família, sem qualquer confusão de nomes ou das histórias trazidas nas mensagens. Durante a leitura, as pessoas que estavam no meio da multidão se identificavam, e a emoção tomava conta do local.
Paulo Elias, trabalhador voluntário do Centro Espírita, contou que desde as 7h da manhã havia pessoas esperando para pegar senhas e fazer pedidos. Pessoas de outros municípios também vieram na esperança de receber notícias pelas mãos de Alaor: “é um prazer ajudar essas pessoas que buscam aliviar a dor da perda da pessoa amada, me sinto muito feliz em ver que mesmo as que não recebem a carta saem consoladas, pois a psicografia as faz entender que a vida continua e que a misericórdia divina não desampara nenhum de seus filhos” garante Paulo.
Para Alaor, sua mediunidade não pode ser comparada à de Chico Xavier (maior médium psicógrafo do mundo), mas suas percepções, como as citadas pelas mães, acontecem com frequência. O médium mineiro vem para Cuiabá há cinco anos, uma ou duas vezes por ano, e sempre faz três ou quatro sessões.