Imprimir

Notícias / Política Cultural

Projeto auxilia comunidade a transformar cultura alimentar em empreendedorismo

Da Redação - Naiara Leonor

Um projeto empreendedor está transformando hábitos e cultura alimentar dos povos indígenas e assentamentos da região do Juruena em faturamento comercial. Realizado pela Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer com paoio do Fundo Amazônia, o Projeto Sentinela da Floresta trabalha com a extração da Castanha produzida na região e sua comercialização e derivados.

Leia mais:
Exposição sobre pantanal, cultura e etnoturismo de Mato Grosso é atração nas Olimpíadas Rio 2016

A ação empreendedora tem possibilitado melhora na renda mensal das famílias que participam do projeto, que já tem na atividade a sua principal fonte de renda. Quem participa aponta cmo segredo do sucesso a organizada estrutura de funcionamento, que envolve desde povos indígenas até assentados da região de Juruena, que, realizam a coleta dos produtos e vendem para a Coopavam. Na sede da Cooperativa, as castanhas ganham novos caminhos, através do beneficiamento em derivados, ou mesmo, para venda da castanha descascada.

Logo no início da safra, cada extrativista já tem em mente quanto pode lucrar com a coleta e a venda dos produtos, o que fomenta um arranjo produtivo de qualidade e que valoriza o sistema de vida de cada um e não prejudica a floresta, uma vez que não existe o desmate das áreas de castanheiras nem a derrubada de árvores.

Outro ponto forte está relacionado ao significado cultural e alimentar desta amêndoa para os envolvidos no Projeto. No caso dos povos indígenas, a relação se mostra bastante forte pelo fato de ser fonte de alimentação fundamental deste povo, além de também ser um elemento importante no universo mítico, como no caso dos Cinta Larga. Dessa forma, além de gerar renda, as castanheiras auxiliam na manutenção cultural, seja por meio da sobrevivência dos mitos, seja no próprio consumo por parte destes povos, que já faziam uso deste alimento há séculos.

Segundo Paulo Nunes, coordenador do Projeto Sentinelas da Floresta, anualmente a Coopavam injeta cerca de R$ 1 milhão na economia da região em benefícios diretos para seus parceiros e associados. "Este valor potencializa a economia local com outros pequenos negócios, como farmácias, açougues, supermercados, lojas, feiras livres", explica ele. Nunes afirma também que a cooperativa compra por ano, em torno de R$ 500 mil em castanha.

Atualmente a Coopavam tem investido em diferentes espaços de venda, com foco em feiras nacionais e internacionais. "O maior benefício das feiras são os contatos com os empresários. Os maiores contratos de venda da Coopavam iniciaram nas reuniões com empresários, em feiras, há anos e muitos continuam até hoje", comenta Paulo Nunes.

Só neste mês de agosto, os produtos da Cooperativa estarão à disposição do público em diferentes pontos no Rio de Janeiro e em um evento internacional. No Rio de Janeiro a Cooperativa estará presente no Estande do Sebrae, montado no Barra Shopping e no espaço do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDSA). Em setembro, será a vez do mercado internacional conhecer o produto através da participação na Expoalimentaria, que será realizada de 28 a 30 de setembro, em Lima, no Peru.

Já os cuiabanos poderão adquirir os produtos da Cooperativa durante o X Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, que acontece de 24 a 28 de Outubro de 2016, no Campus UFMT em Cuiabá.

Imprimir