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Notícias / Literatura

Até domingo, exposição celebra 45 anos da produção de quadrinhos de Mato Grosso

Da Redação - Lidiane Barros

Mato Grosso possui uma produção de quadrinhos muito expressiva, embora não se veja em bancas de revistas, ou livros sejam publicados com a regularidade com que o núcleo independente de Cuiabá cria suas histórias.

Na atualidade eles lançam mão do ambiente virtual para publicarem seus trabalhos e conquistarem visibilidade a ponto de ser mais fácil serem publicados em outros países e conquistar reconhecimento internacional, caso de Wander Antunes, que já teve obras publicadas por uma editora francesa e Ricardo Leite, o Ric Milk, que já desenhou até para Dreamworks. Vez ou outra, o cartunista Nilton, a exemplo, também participas de salões pelo Brasil afora.

Para quem não sabe a história da arte dos quadrinhos em Mato Grosso já soma 45 anos. Para celebrar a data, uma exposição foi montada no Centro de Eventos de Pantanal, em um evento que integra o Salão do Humor, a exposição Nesse Mato tem Quadrinhos, tendo como ponto de partida a obra de Moacyr de Freitas, “Primeiros Tempos", de 1968. E está aberta à visitação até domingo, a partir das 15 horas, com entrada gratuita.

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Toda a pesquisa feita pela curadora Laura Montes Boaventura foi desenvolvida a partir do livro “Desmontando os Quadrinhos – História em Quadrinhos, Educação e Religionalidade”, de Gabriel de Mattos. Na produção mato-grossense fica claro o caráter didático, pois muitas histórias tratam da história de Mato Grosso , lançando um olhar sobre a cidade e seus personagens.

“Depois da capital, a exposição vai circular pelo interior e as instituições que tiverem interesse podem nos contatar pelo (65) 9975-5513”. Além da produção com assinatura de nomes da nona arte local, o público pode conferir ainda a exposição da Turma da Mônica que comemora os 50 nos da personagem e ainda, os 45 da turma toda.

O autor do livro que baseou a exposição Quadrinhos do Mato, Gabriel de Mattos, avalia o panorama local e contradiz a afirmação que a arte dos quadrinhos desenvolvida no Estado está tomando vulto agora. “O movimento de quadrinhos não é mais potencial, ele já decolou”. Como já foi dito, ele destaca que vários quadrinistas já acumulam prêmios e reconhecimento internacional.

“Temos um produção autoral muito expressiva e atuamos aos moldes de um coletivo. É tudo muito profissional e não podia ser diferente”. Atualmente, por conta de pouca inserção em veículos impressos – não foi sempre assim, afinal, por muitos anos essa produção podia vista diariamente em publicações locais –temos apostado no ambiente virtual.

Gabriel é autor de 8 importantes livros e também, já teve quadrinhos publicados em revistas antigas que circularam de maneira independente na capital, como a Vôte, no início da década de 90.

“Não é fácil ser quadrinista”, brinca. E também não dá pra ser amador, afinal, um desenho exige 9 desenhos com composições independentes. “Não dá para fazer oficina, tem que ter base, por que além de desenho, tem também a trama e ainda, sincronizar tudo”.

Ao avaliar a produção regional, ele explica que ela está mesmo é ligada ao universo local. “É aquela coisa que Tom Jobim fazia, falar da origem. O regionalismo bem preparado pode se universalizar, como é o caso do compositor. Nossa história é original”. Seu livro em quadrinhos QuadriCrônicas (2005), a propósito, revela em doze histórias as desventuras de dois meninos na Cuiabá de outrora.

E Gabriel tem novidades. A história Volcânia Blues que havia sido publicada apenas no jornal Folha do Estado, vai ganhar publicação pela editora portuguesa Graphite, revelando o grande potencial da arte dos quadrinhos produzida aqui.
Não precisava nem dizer, mas fica claro que essa arte que é resultado da cultura pop, necessita de mais incentivo pra se fortalecer e claro, o núcleo independente que atua no Estado está aberto a investimentos.

“Natal, que é sede da Copa, a exemplo, está com novela na Globo, empresários se uniram para viabilizar esse projeto. Os quadrinhos estão prontos para mostrar nossos cenários e nossa cultura”, diz otimista.


Serviço:

Salão do Humor, no Centro de Eventos do Pantanal
Até domingo, shows humorísticos: 02 de agosto – 20 h (Entrada Paga) – Classificação para os shows: 14 anos
Ingressos antecipados: R$ 40,00 (inteira) 20,00 (meia) – Primeiro Lote
Informações e realização: Nico e Lau Produções (65) 3627.1244 / 9975.5513 –
www.nicoelau.com.br / nicoelau@nicoelau.com.br

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Esplanada. A entrada é gratuita
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