Formada em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Yasmin Rojas Fonseca, de 25 anos, se juntou ao namorado Khayke Botelho Sonohata, de 26 anos, mesma formação, e criou baldes de compostagem para evitar desperdício de restos alimentares, transformando-as em adubo. Somente no ano passado, o casal conseguiu com o seu trabalho evitar que 61 mil quilos de resíduos orgânicos fossem encaminhados para lixões e aterros.
Leia mais:
Prefeitura deve tombar casa que pertencia a Marechal Rondon para evitar danos futuros
O processo de compostagem leva cerca de 90 dias para chegar no resultado final, o adubo. São 30 dias para leiria, onde é feito controle técnico de temperatura e umidade. Posteriormente, mais 30 dias maturando, momento em que o resíduo fica “descansando”, transformando-o em adubo bruto. Mais 30 dias e o adubo vira húmus, por meio de minhocas californianas que ficam responsáveis por todo esse processo final.
“Fazemos a gestão desses resíduos orgânicos. A pessoa ou a empresa separa esses resíduos num recipiente com tampa. [Então] trazemos aqui no pátio e fazemos a coleta de acordo com a demanda. [Coleta] comercial é geralmente diariamente ou três vezes na semana, já o residencial pode ser semanalmente ou quinzenalmente”, explica Yasmin ao
Olhar Conceito.
Yasmin conta que o negócio surgiu pouco tempo após se formar em Engenharia Civil. Ela já gostava de assuntos ambientais, fez estágios na sua área de formação, mas passou a não sentir tanta afinidade. Inicialmente, ela fazia os processos de compostagem para si e depois passou a investir no negócio, com auxílio do namorado. O negócio completou um ano no último dia 16 de janeiro.
Ao longo de 2020, o casal conseguiu evitar que 61 mil quilos de resíduos orgânicos fossem encaminhados para lixões e aterros. Desta forma, em média 46 mil quilos de CO² não foram emitidos.
Além do balde, há também um potinho. Segundo Yasmin, o novo tamanho visa evitar ainda mais desperdício. No balde, vão as cascas, frutas e verduras, não omitindo nenhum tipo de cheiro, além do alimento predominante. Já no potinho, o cliente coloca o resto de alimentos que podem gerar mal cheio e coloca para congelar. O segundo processo é todo opcional.
“Quando começamos, recebíamos apenas cascas de frutas, ovos, filtros de café e outros. A gente começou a ver que tinha muito desperdício. As pessoas estavam jogando fora os cozidos, arroz, carne e ossos. Então fizemos uma instalação nova para também receber esses resíduos, pensando no conceito de lixo zero”, explica.
O pátio onde o casal faz todo processo fica localizado na estrada para Chapada dos Guimarães (a 60 km de Cuiabá), cerca de 4 km da Fundação Bradesco. O local está sendo reformado para comportar visitas futuras de escolas. “A gente quer trazer as várias pessoas para conhecer as várias formas que dá para fazer [a compostagem]. Estamos organizando nosso pátio para receber [pessoas] assim que passar essa situação. Receber escolas e incentivar a educação ambiental”.
A coleta quinzenal nas residências fica no valor de R$ 40 por mês, enquanto a coleta semanal custa R$ 60 ao mês. Em ambos os planos, está incluso o balde com tampa, sacola compostável feito da biomassa do milho e mandioca, além de uma recompensa por mês, podendo ser adubo ou mudinhas de hortaliças, alface, rúcula, almeirão e outros. Para solicitar o serviço, basta entrar em contato com o
Instagram ou pelo telefone (65) 99303-9624.