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Jogo de RPG criado por moradores de Cuiabá traz capital devastada após apocalipse

Da Redação - José Lucas Salvani

O jogo de RPG de mesa, “Célula Selvagem: Testamento da Terra”, traz Cuiabá devastada após um “ecoapocalipse” em que a natureza dominou tudo após a tecnologia que dá nome ao jogo sair do controle. Com recursos da Lei Aldir Blanc, a produção é assinada por moradores da capital mato-grossense e será lançada na próxima sexta-feira (28), na Twitch.

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Em “Célula Selvagem”, o jogador é apresentado a S.A.R.A.H. (Ser Artificial Restrito ao Aprendizado Humano) e a uma Cuiabá que se tornou uma ruína selvagem com paisagens desertificadas, planícies alagadas e florestas densas habitadas por animais geneticamente modificados, dotados de força e inteligência incomuns.

“A Célula Selvagem é um satélite que fica na lua, enviando ondas para a Terra. S.A.R.A.H. operacionaliza tudo, mas as diretrizes de segurança PISSA (Programa Inteligente de Segurança de Ser Artificial) é quem regula suas iniciativas. Quando um cientista o desinstala para tentar dominar a poderosa tecnologia, S.A.R.A.H. interpreta como uma mensagem de que o ser humano é incapaz de viver em um ciclo ecológico e a raça humana precisa ser extinta e para começar, dá início a um gigantesco descontrole climático”, explica Caio Ribeiro, um dos criadores de “Célula Selvagem”.

A história que desencadeou no ecoapocalipse é contada a partir de fragmentos de jornais diários e relatórios reunidos por Marcus Madureira no chamado Testamento da Terra, um personagem da trama que o criou para que as gerações futuras soubessem como tudo começou. Foi o artista visual e designer Maurício Mota que trabalhou nisso, criando os layouts dos arquivos e logomarcas exclusivos.

A história foi concebida por Caio Ribeiro e contou com ajuda de Pahblo Smorcinski, responsável pela gerência programação do jogo e computador, curadoria científica e regras. A ilustração ficou por conta de Kauê Daiprai e Andrés Bazán, enquanto Guilherme Tchornei é o programador responsável pelo aplicativo de celular. 

O jogo de RPG de mesa foi feito pela Pahca Games, produtora independente de jogos criada por Caio e Pahblo. A produtora surgiu em 2020 com a motivação de inserir Mato Grosso no mercado de games do gênero.

O projeto de RPG “Célula Selvagem” foi aprovado por edital da Lei Aldir Blanc, realizado pelo Governo de Mato Grosso via Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).“Estamos muito empolgados com esse projeto tão ousado, que coloca Mato Grosso no mapa nacional do RPG. Foi uma grata surpresa dentre os projetos inscritos no edital do MT Criativo”, diz o secretário Beto Dois a Um.

Representatividade

No jogo, os criadores optaram por priorizar uma diversidade de personagens. “Personagens afrodescendentes, um idoso e uma indígena também aparecem como sugestões na estética visual do jogo”, explica Andrés Bazán.

No jogo, existem cinco funções disponíveis para criação dos personagens. Caçadora-Coletora é paciente e estável, responsável por caçar e coletar itens, enquanto a Rastreadora é silenciosa e furtiva, responsável por rastrear inimigos e informações. Batedora é a aventureira curiosa, responsável por explorar os lugares conhecendo rotas e pontos seguros.

Escambista é o carismático bon vivant que cuida das negociações, trocas e diálogos nem sempre diplomáticos. Neutralizadora lida com ameaças. Sua bravura protege o grupo de qualquer tipo de perigo. Socorristas dedicam suas vidas a ajudar e cuidar de seus companheiros, sendo os guardiões da saúde do grupo.
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