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E-book conta história de duas grandes expedições científicas que passaram por MT

Da Redação - Bruna Barbosa

"Diamantino de George H. Langsdorff (1827/28), Francis Castelnau (1844/45) - à redescorberta dos diamantes", escrita por João Carlos Barrozo e João Antônio Botelho Lucídio, foi disponibilizada na versão e-book para download gratuito. A obra conta a história de duas das mais importantes expedições científicas que passaram pelo Brasil no século XIX. 

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O livro explora as viagens do barão de Langsdorff (1821-1829) e do conde de Castelnau (1843-1847), com foco na Vila de N. Sra. da Conceição de Alto Paraguai Diamantino, em Mato Grosso. Os pquisadores também oferecem uma reflexão sobre a crise econômica vivida por Diamantino entre 1850 e 1940. Os autores desafiam a ideia de estagnação, convidando o leitor a considerar esse período como um reordenamento das formas de vida dos moradores da região.

As expedições

A expedição de Langsdorff, a serviço do governo russo, percorreu o Brasil entre 1821 e 1829. Seu objetivo era explorar e documentar a biodiversidade e os recursos naturais do país. Langsdorff contou com a colaboração de notáveis artistas e cientistas, como Hercule Florence e Adrien Taunay, que produziram desenhos, aquarelas e relatos detalhados de suas observações.

A segunda expedição, liderada pelo conde de Castelnau e financiada pelo governo francês, ocorreu entre 1843 e 1847. Castelnau buscava estabelecer ligações entre as bacias amazônica e platina, explorando vastas regiões do Brasil. Seus registros incluem valiosas informações científicas e culturais sobre as áreas visitadas.

Um tesouro histórico e artístico

A resenha publicada na "Confins" , revista franco-brasileira de geografia da USP, destaca a qualidade das ilustrações reproduzidas no livro. "Um dos aspectos mais notáveis do livro - e um de seus grandes méritos - é que ele reproduz com alto grau de qualidade algumas das imagens contidas nos relatórios que os dois viajantes fizeram de suas expedições," ressalta a resenha.

Entre essas imagens, encontram-se mapas, paisagens, vistas de cidades e ilustrações de espécimes de vegetação e animais, que não só têm valor científico, mas também são verdadeiras obras de arte.

Em entrevista, João Carlos Barrozo comentou sobre a importância da obra: "Este livro é um convite para redescobrir a história e a riqueza cultural de Diamantino, e para entender como essas expedições contribuíram para o conhecimento científico e geográfico do Brasil."

Para os interessados em explorar mais sobre as aventuras e descobertas dessas duas expedições históricas, o e-book está disponível para download gratuito no site da Carlini & Caniato Editorial. É uma oportunidade única de ter acesso a um conteúdo rico e detalhado, fruto de décadas de pesquisa dedicada dos autores.

Para ler a obra, basta clicar aqui.

Os autores

João Carlos Barrozo iniciou seu vínculo com Mato Grosso em 1968, quando ainda era estudante de graduação. Após formar-se em Sociologia, tornou-se professor na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e dedicou-se ao estudo da mineração e dos garimpos de diamantes na região. Sua pesquisa culminou em uma tese de doutorado defendida na Unesp em 1997. Desde então, Barrozo continua a publicar livros e orientar alunos no Programa de Pós-Graduação em História da UFMT.

João Antônio Botelho Lucídio, por sua vez, iniciou sua ligação com Diamantino em 1984, quando seus pais se mudaram para a cidade. Graduado em História, com mestrado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutorado pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), Lucídio tem contribuído para a preservação e estudo do patrimônio histórico de Diamantino. Ele foi responsável pela organização do acervo fotográfico da Missão Diamantino e pela curadoria de exposições fotográficas sobre a Comissão Rondon e a presença jesuíta em Mato Grosso no século XX.
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