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Rock in Rio USA: Taylor Swift, tombo de Ivete... Veja o que rolou na sexta

G1

 "Adoro o som de uma plateia de 50 mil pessoas", disse Taylor Swift ao fechar o primeiro dia do fim de semana pop do Rock in Rio USA. Ela fez bom show com playback e talento nesta sexta-feira (15), em Las Vegas.

Antes, Ed Sheeran se multiplicou no palco; Ivete caiu e levantou (poeira) com ajuda de fãs brasileiros; Charlie XCX mostrou mais marra do que fôlego; e Jessie J provou ser uma eterna promessa. Os fofinhos Echosmith e o pop roqueiro James Bay foram as revelações do dia.
Leia o resumo de cada show:

Taylor Swift
Quando sua voz não está escondida em um monte de vocais pré-gravados, Taylor Swift manda bem. Não dá para entender o porquê de uma cantora tão talentosa entregar um show tão artificial. E truncado, culpa das vinhetas com amiguinhas (Lena Dunham, Karlie Kloss, Cara Delevingne, Selena Gomez) que rolam entre os atos.

É em "Blank Space" que Taylor mostra mais artificialidade, no começo, com vocais perfeitos demais para ser verdade; e talento no fim, quando canta em vários tons, sobrepõe tudo e mostra não ser mera dubladora. Na mesma "Blank Space" e na frenética "I wish you would" fica evidente o truque: há partes em que solta a voz e outras em que só mexe a boca.

No palco, Taylor divide atenções com 12 dançarinos e uma banda completa no fundo. Outra coisa legal são as pulseiras dadas aos fãs, que mudam de cor e piscam no ritmo das músicas. É como se a plateia fosse uma extensão do cenário.

"Esta música se chama 'Wonderland' e nunca toquei ao vivo", disse, antes de ótima versão voz e violão. Por outro lado, ao dar uma pegada mais pop para canções de discos anteriores, erra a mão. "Love story" e "I know you are trouble" ficam descaracterizadas, quase genéricas.

Após falha do microfone, interrompe "Wildest Dream", com cara de assustada. "Cortou o áudio, não foi? Acontece... Assim é a vida, não é mesmo?", resignou-se. Os fãs riram com a naturalidade da moça. A parte piano e voz foi mais uma amostra da capacidade da cantora. Tem playback para caramba, mas tem talento ali também.

Ed Sheeran
"Toquei neste mesmo festival em Portugal e me diverti muito", lembrou Ed Sheeran, como um síndico em uma reunião de condomínio, nem aí com nada. O show bem parecido aos feitos em São Paulo e Rio, no fim de abril, é excelente.

Ed se multiplica no palco com ajuda de um gravador que produz loops e camadas de vozes, dedilhados, batidas de violão... Ele intercala e repete os sons para cantar baladas e raps, na maioria bem recebidos.
O ponto alto foi "Thinking out loud", com muitos celulares para cima e casais abraçados: um pouco pela letra romântica, o outro provavelmente pelo frio de Las Vegas.

Jessie J
A eterna promessa Jessie J, o "craque" Lulinha das cantoras pop, fechou o palco secundário provando que está perto de seu objetivo: ter um fã-clube americano de respeito. Ok, a inglesa conseguiu isso graças a "Bang Bang", gravada com Ariana Grande e Nicki Minaj. Foi a mais cantada.

Mas além deste hit e da boa versão reggae de "Price tag", a plateia curtiu também a voz potente da cantora e discursos engraçadinhos/motivacionais como o proferido antes de "Do it like a dude". "Tem hora que você tem que agir como um cara... Eu não me responsabilizo pelo que vou fazer nós próximos quatro minutos", avisou.

Não era para tanto. Ela só dançou de boné e coçou o meio das pernas com pose de mano, umas cinco vezes. Muito barulho por (quase) nada. Frase que resume bem os shows de Jessie.

Echosmith
No palco principal, o Echosmith tocou seu pop dançante e às vezes mais lento, mas sempre fofo. Ou insosso, para quem não curte. Mostraram boas referências (como na cover de Talking Heads, "This must be the place") e arranjos indo pelo rock doce.

Os trajes de festa deixam claro qual é a do quarteto formado por irmãos. O visual e o repertório são arrumadinhos, bem aparados. Até as manias da vocalista Sydney Sierota são mimosas: ela ajeita o cabelo de três em três minutos. Levanta a alça esquerda do vestido de dois em dois.

A banda americana, com todos entre 16 e 22 anos, parece ser formada por quatro Taylor Swifts. E isso é um elogio. Que o diga a colante "Cool kids", disparada a melhor do set.

Charlie XCX
Melhor em disco do que ao vivo, Charlie XCX trouxe sua banda de garotas. A performance da inglesa é vitimada por vozes pré-gravadas. Elas fazem o show não ter tanto "pussy power" (expressão por ela usada) assim.

Tudo soa divertido pela força de canções pop como "Fancy" e "Boom clap", deixadas para o fim. Mas, no geral, sobra marra e falta fôlego.

Ivete Sangalo
Ela abriu o palco mundo caindo e levantando. Brincou com a queda, falou em inglês e em português. Ao notar a quantidade de brasileiros, disse que aquilo não era novidade. "Já tiramos onda no Madison", comentou, ao lembrar DVD gravado em Nova York, em 2010.

A cantora vibrou com gritos de "Ivete, cadê você, eu vim aqui só pra te ver". Ao explicar a coreografia de "Dançando", em português, disse rindo: "Os 'guys' não estão entendendo nada". Carisma pouco é bobagem. O show terminou com comentários de gringos na plateia falando que Ivete era tão boa quanto Shakira.

James Bay
Boa pedida para quem acha Sam Smith meloso demais, o jovem inglês James Bay mistura rouquidão tipo Bryan Adams e músicas que vão crescendo aos poucos. Dedilhados marotos explodem em pop rocks com guitarras levemente pesadas.

No meio do show, disse: "Uma das pessoas mais importantes da música morreu. Quero pedir uma salva de palmas para B.B. King... Se você não conhece, é uma pena". Fechou o show com "Hold back the river", seu certeiro semihit.

Neste sábado, último dia da primeira edição do Rock in Rio americano, Bruno Mars, John Legend e Joss Stone estão entre as principais atrações.
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