O governador Pedro Taques usou a palavra durante a posse de 21 novos promotores substitutos para repudiar a atitude do senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL), que xingou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "filho da p...". A grosseria ocorreu durante o pronunciamento que o parlamentar fez para se defender de acusações de um grupo ligado a ele acusado de receber R$ 26 milhões em propina do esquema de corrupção da Petrobras, que está sendo investigado pela Operação Lava Jato.

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Na ocasião, o xingamento foi sussurrado quando o acusado explicava a apreensão de três carros de luxo em sua residência no mês passado. Collor disse que as apreensões faziam parte de um "espetáculo midiático" e que os carros foram comprados com dinheiro lícito.

"As empresas têm contrato social, estão devidamente registradas na junta comercial, têm suas atividades de acordo com o que define a legislação. Se existem parcelas em atraso é uma questão comercial que diz respeito a mim e ao credor, não podendo em tempo algum, sob o risco de uma grave penalização judicial a quem afirma, que tal atrasos se devem a recursos escusos. Afirmações caluniosas e infames. Filho da p.", disse Collor.

“Quero repudiar a atitude do senador Fernando Collor de Melo que xingou o procurador-geral da República, ofendendo assim o trabalho sério e digno desenvolvido pela Polícia Federal, procuradoria da República e magistratura. Nós não compactuamos com a corrupção e vamos lutar até o fim para acabar com essas atitudes. Trabalhamos em união para acabar com esse problema”, afirmou o governador Pedro Taques.

O pronunciamento de Taques ocorreu durante a posse de 21 promotores de Justiça substitutos, na tarde desta sexta-feira (7), na Sede das Promotorias, em Cuiabá.

Janot foi o mais votado na quarta-feira pelos procuradores para permanecer no cargo por mais dois anos. A eleição representou uma demonstração de força de Janot, que tem sido criticado e alvo de promessas de retaliações de congressistas diante dos desdobramentos das investigações de políticos no esquema de corrupção da Petrobras. Janot recebeu 799 votos, 288 votos a mais do que em sua votação na eleição organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) em 2013 e que lhe garantiu sua indicação à Presidência para o posto.