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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Magda Curvo liga cooptador confesso a secretário José Lacerda e cita Fabris

Foto: Reprodução

Magda Curvo liga cooptador confesso a secretário José Lacerda e cita Fabris
Os nomes do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) e do secretário da Casa Civil, José Lacerda (PMDB), foram citados no depoimento prestado à polícia nesta quarta-feira (23) pela ex-coordenadora da Conta Única do Estado na Secretaria de Fazenda (Sefaz), Magda Mara Curvo Muniz, presa e apontada como principal articuladora do esquema de rombo aos cofres públicos investigado pela Delegacia Fazendária (Defaz). Ela vinculou Fabris a documentos suspeitos de irregularidades em pagamentos da Sefaz e apontou vínculo entre Lacerda e o cooptador confesso do esquema Edson Rodrigo Ferreira Gomes.

Anteriormente, no mesmo depoimento Magda já tinha comprometido o atual secretário de Fazenda Edmilson José dos Santos, apontando autorizações "absurdas" de pagamentos assinadas por ele.

Edson Rodrigo, ex-servidor terceirizado do setor da Conta Única, admitiu sua participação no esquema de desvios de recursos investigado pela polícia – responsável por rombo superior a R$ 12,9 milhões nos cofres públicos, segundo apontou a Auditoria-Geral do Estado (AGE). Ele enviava arquivos para o sistema da secretaria a fim de efetuar pagamentos que, na prática, desviavam recursos públicos. Edson também cooptava pessoas cujas contas bancárias eram posteriormente utilizadas para movimentar a quantia desviada.

As menções aos nomes do parlamentar e do secretário foram feitas no final do interrogatório, após Magda ser questionada a respeito de documentos apreendidos pela polícia na sede da empresa Yrix Comunicação Multivisual, de propriedade de seu filho, o engenheiro florestal Giovani Curvo Muniz.

Os documentos eram referentes a alguns dos pagamentos realizados pela Sefaz por meio do sistema online BB PAG e investigados pela Defaz no âmbito da operação Vespeiro, deflagrada no último dia 3. Os papéis foram apreendidos por força de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Eles haviam sido entregues por Edson Rodrigo.

Consta do termo de declaração de Magda que “um dos documentos refere-se a pagamento de certidão de crédito da pensionista Maria Aparecida Oliveira, no valor de R$ 1.718.936,55, a qual foi paga integralmente pela Coordenadoria da Conta Única através do sistema BB PAG, por determinação direta do secretário, a pedido do deputado estadual Gilmar Fabris”.

Ainda conforme o depoimento de Magda, foi a secretária de Edmilson, Márcia, quem lhe cobrava “insistentemente” o pagamento da referida certidão de crédito porque precisava dar uma posição ao então deputado Fabris.

Magda contou ainda que Edson resolveu guardar os documentos referentes às autorizações de pagamento em questão porque temia a investigação da policia fazendária – e é aí que surge o nome de José Lacerda. Edson teria afirmado que guardaria os tais documentos para dar um “cala boca” e frear a investigação policial, “uma vez que a família de Edson tem muita ligação com o então Secretário da Casa Civil José Lacerda”.

A reportagem tentou entrar em contato com o deputado Fabris para comentar a menção de seu nome no depoimento desta quarta-feira, considerado o mais aguardado desde o início da operação "Vespeiro", mas seu assessor informou, por telefone, que não conseguiria contatá-lo ainda esta noite e que o deputado deveria estar disponível a partir desta quinta-feira para falar a respeito.

Também foram contatados por telefone os secretários Edmilson dos Santos e José Lacerda, este por meio de sua assessoria de imprensa, mas eles ainda não encaminharam posicionamento sobre o assunto.
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