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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Ambiental

Operação Polygunum

Engenheira envolvida em esquema de fraudes na Sema firma colaboração premiada

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Engenheira envolvida em esquema de fraudes na Sema firma colaboração premiada
A engenheira florestal Patricia Ferreira Nagaishi firmou um acordo de colaboração premiada no caso da “Operação Polygunum", deflagrada pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) no último mês de agosto, que investiga fraudes em Cadastros Rurais Ambientais (CAR) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). O desembargador Orlando Perri mencionou a colaboração ao negar a revogação da prisão preventiva de Luana Ribeiro Gasparotto.
 
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No pedido de Luana a defesa disse que ela foi surpreendida com o decreto de sua prisão preventiva e citou que os outros envolvidos tiveram a prisão substituída e por isso ela teria o mesmo direito.

O desembargador Orlando Perri negou o pedido argumentando que as provas documentais atestam a participação de Luana no esquema criminoso, além disso, citou que na “colaboração premiada da corré Patrícia, que autorizou a quebra do sigilo telefônico, resultando na longa transcrição do diálogo travado com a paciente, acerca dos fatos incriminadores”.

Perri ainda disse que a funcionária ainda está foragida e assim “demonstra que possui a intenção não só de frustrar a prisão temporária já decretada, mas também de eximir-se de eventual cumprimento da sanção penal”.

O esquema

As investigações apontaram que Luana, Patrícia e Valdicléia Santos da Luz, outra engenheira florestal produziram e apresentaram à Sema relatórios técnicos de tipologia vegetal falsos, alterando a classificação fitofisionômica de floresta para cerrado, de modo que seria permitido o desmate de 65% da propriedade – ao invés de 20% –, resultando em desmatamentos ilegais de aproximadamente 5.000 hectares na região de Querência. O requerimento do CAR foi protocolizado e assinado por Luana e por Valcicléia.

Com o intuito de identificar a tipologia vegetal das áreas desmatadas, à pedido do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, foi executada ação conjunta entre o Centro de Apoio Operacional (CAOP) do MPE, IBAMA e um professor da UFMT contratado como perito pelo MPE.

Entre os dias 13 e 26 de junho foi realizada vistoria nas áreas, o os resultados apontaram divergências entre as espécies, além de diferença significativa na altura do dossel. Enquanto o relatório de tipologia da engenheira Valdicléia descreve um dossel médio de 4 metros, a equipe de vistoria chegou ao resultado médio de 20 metros de altura, uma diferença de mais de 350%.
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