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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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ARMA DE FOGO

Procurador é contra decreto de armamento, mas não teme aumento de violência em fóruns

Foto: Olhar Direto

Procurador é contra decreto de armamento, mas não teme aumento de violência em fóruns
O procurador Domingos Sávio De Barros Arruda, coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária Crimina (Naco Criminal), ligado ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), afirmou ser contra o decreto que flexibiliza o porte de armas. Ele avalia que o porte em si não aumenta a segurança. No entanto, com relação a atentados em fóruns e sedes de MP, ele disse não acreditar que o decreto terá algum impacto.
 
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Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) amplia a quantidade de categorias e pessoas que terão direito ao porte de armas no país. O procurador Domingos Sávio disse ser contra o decreto. Ele avalia que o porte de arma traz uma “falsa ideia” de segurança ao portador. O procurador considerou que, em muitos casos nos quais a arma seria utilizada, a vítima é sempre surpreendida, tendo pouco tempo de reação, além do fato de que possivelmente não terá muita experiência em utilizar arma de fogo.
 
“Nenhum bandido vai chegar em alguém e dizer ‘prepare-se que eu vou te assaltar’, para que a pessoa tenha tempo de sacar sua arma e reagir. As pessoas são pegas de surpresa, de modo que, se não forem pessoas profissionais da segurança publica, ou que tenha grande habilidade com arma, esta arma na cintura não significará nada em termos de segurança, ao contrário, este derrame de armas nas cidades vai fazer a festa dos bandidos, que irão atrás destas armas, vão tirá-las das pessoas, aí a violência vai se multiplicar”.
 
Além disso, o procurador também considerou a possibilidade das pessoas utilizaram as armas em situações que não estariam em risco, como em brigas de trânsito ou discussões com vizinho, fazendo assim com que haja um aumento na violência.
 
No ano passado juízes e advogados sofreram ataques em fóruns no Estado. Em decorrência disso o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e o MPMT começaram a adotar medidas para aumentar a segurança nestes ambientes. Mesmo com a possibilidade de mais advogados andarem armados, ou mesmo pessoas de outras categorias com armas que frequentem os fóruns, o procurador disse que não acredita que o aumento do número de armas colocará em risco os ambientes do Judiciário.
 
“Eu acho que isso não vai refletir, necessariamente. Não vai aumentar risco. O que nós temos que fazer, e já estamos fazendo, é melhorar a segurança dos fóruns e das sedes das promotorias, mas isso não é por conta do armamento, desta política do Governo Federal, é uma questão que é preciso se fazer mesmo, porque os acontecimentos aí já revelam esta necessidade”, disse Domingos Sávio.
 
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