O Complexo Hospitalar Cuiabá está sendo acusado de falha na prestação de serviços médico-hospitalares, por insalubridade, com resultado de morte, em ação indenizatória no valor R$ 100 mil. O processo foi protocolado nesta segunda-feira (5) na 8ª Vara Cível de Cuiabá.
 
Conforme certidão, o óbito ocorrido em 19 de maio de 2018 teve como causa embolia pulmonar, septicemia, colecistite supurada. A assessoria do hospital afirmou que está apurando a denúncia.
 
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Na petição inicial, o requerente alega que o paciente deu entrada no Hospital Jardim Cuiabá em 27 de março de 2018, para tratar de uma erisipela que acometeu suas pernas, e por ser diabético, idoso com 67 anos, o médico do Pronto Atendimento indicou a internação em UTI, pelo plano MT Saúde. No documento, se informa que o paciente “chegou consciente, andando e conversando”.
 
Depois de 12 dias, o paciente obteve alta da UTI, permanecendo ainda internado em apartamento. Neste período, no Prontuário Eletrônico do paciente está atestada a “evolução médica de internação” com a constatação da melhora por falta de sinais de infecção. Segundo a petição, nesta fase foi planejada a alta do paciente.
 
Contudo, controlada a infecção no paciente, devido às condições de salubridade “a infecção ressurgiu com força, com piora do quadro, tendo os médicos optado pelo retorno do mesmo à UTI”. O óbito ocorreu no dia 19 de maio, cerca de um mês desde que a nova gestão do hospital assumiu a administração.
 
Ainda conforme a petição, o requerente alega que a complicação na saúde do paciente é consequência da insalubridade do Hospital, e inobservância de preceitos legais obrigatórios, como a não existência de Comissão de Controle e Prevenção de Infecções (CCIH).
 
No período de internação ocorreram denúncias que ocasionaram até mesmo fiscalização dos órgãos competentes, sendo atestadas graves irregularidades pela Vigilância Sanitária. Ao Olhar Jurídico a assessoria do Complexo Hospitalar de Cuiabá afirmou que está apurando a denúncia.
 
Falta de cuidado e óbito
 
O requerente alega que a formação de escarara na região sacral do paciente que chegou a 20 centímetros de diâmetro, ocorrida por falta de prevenção por meio de movimentos de mudança de posição do paciente no leito, indica descaso no tratamento, com paciente que permaneceu internado por 53 dias. 
 
“O contexto de sofrimento ainda culminou na tragédia que levou o paciente a óbito. Segundo os prontuários, quando do transporte da UTI, no 3º andar, para a Clínica, localizada no térreo, onde se realizaria tomografia, o paciente ficou cianótico com parada cardiorrespiratória no transporte e veio a falecer.  O hospital caracterizou o fato como “uma intercorrência”.

Atualizada às 09h34 de 07/08/2019.