O juiz Marcus Faleiros, da Décima Primeira Vara Criminal de Cuiabá, Especializada em Justiça Militar, realizou na tarde desta quarta-feira (21) audiência de custódia dos policiais militares Thiago Satiro Albino e Sada Ribeiro Parreiras. Detenções acabaram mantidas. Os dois foram presos no período da manhã, durante a Operação Coverage, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Leia também
Operação que prendeu PMs surgiu após nomes aparecerem em celular de preso; coronel confirma assinatura
Na audiência, depois do magistrado realizar os atos de verificação dos direitos e garantias fundamentais dos acusados, as defesas dos militares manifestaram pedidos complementares de liberdade para os clientes.
Os advogados declararam, durante a custódia, que vão protocolizar as solicitações. Os pedidos, após vistas do juízo, serão encaminhados para o Ministério Público que terá prazo de cinco dias para analisar a solicitação. Logo, após, o MPE devolverá à Justiça, que decidirá.
Os militares foram encaminhados para quartel militar (local exato não foi divulgado), ambiente em que aguardarão decisão judicial. Já o militar Cleber de Souza Ferreira, que está preso em decisão de outro processo, não passou por custódia.
O caso
Nesta quarta-feira (21), a Promotoria Militar, em conjunto com o Gaeco, deflagrou a Operação Coverage (palavra em latim que significa Cobertura).
A operação visou cumprir mandados de prisão preventiva, busca e apreensão domiciliar e pessoal contra os policiais militares Cleber de Souza Ferreira, Thiago Satiro Albino, Marcos Eduardo Ticianel Paccola e Sada Ribeiro Parreira, por crimes de organização criminosa armada, obstrução de justiça, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação.
De acordo com a investigação realizada pela Promotoria Militar com o apoio do Gaeco, a partir de provas compartilhas pela Polícia Civil, devidamente autorizada pelo Poder Judiciário, exame balístico comprovou que uma pistola tipo Glock, 9 mm, pertencente ao tenente Cleber de Souza Ferreira foi utilizada em 7 crimes de homicídio (4 tentados e 3 consumados) praticados pelo grupo de extermínio denominado Mercenários.
Conforme as investigações, com a finalidade de obstruir as investigações relacionadas aos referidos homicídios, os policiais militares articularam a alteração do registro da arma de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema da Polícia Militar, tudo para ocultar que na data dos 7 crimes de homicídios a pistola já estava em poder do tenente Cleber de Souza Ferreira.
Marcos Paccola conseguiu na Justiça de Mato Grosso, na madrugada de hoje, um Habeas Corpus preventivo (salvo-conduto), evitando o cumprimento do mandado de prisão emitido.