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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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“Quase tudo que o cabo Gerson falou não foi devidamente comprovado”, diz chefe do MPMT

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

“Quase tudo que o cabo Gerson falou não foi devidamente comprovado”, diz chefe do MPMT
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, afirmou que quase todas as acusações feitas pelo cabo PM Gerson Correa contra o Ministério Público de Mato Grosso, sobre o esquema de interceptações telefônicas ilegais, não foram comprovadas. O único caso no qual o MPMT encontrou indícios foi do promotor Marco Aurélio de Castro, ex-chefe do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), e que foi denunciado por quebrar sigilo de interceptação telefônica.
 
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O cabo da Polícia Militar, Gerson Corrêa, em sua oitiva na 11ª Vara Especializada da Justiça Militar do Estado de Mato Grosso, no último mês de julho, no caso da Grampolândia Pantaneira, fez várias acusações contra promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), como “barriga de aluguel”, desvio de finalidade na utilização de "verbas secretas", quebra de sigilo, entre outras.
 
O procurador-geral do MP afirmou que o militar foi ouvido pela Corregedoria do MP e pelo atual coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), o procurador Domingos Sávio, mas que quase todas as acusações feitas não foram comprovadas.
 
“Nós temos nove casos aí, em boa parte já foram feitas as investigações necessárias. A maioria destes casos foi arquivada, onde tudo aquilo que o cabo Gerson falou não foi devidamente comprovado, até com as próprias palavras dele quando veio ser ouvido aqui pelo Domingos Sávio ou na Corregedoria, fora as outras provas, não era só o que ele tinha dito”, disse o procurador.
 
O chefe do MP, porém, reconheceu que há indícios de materialidade na acusação que o cabo fez contra o promotor Marco Aurélio de Castro, afirmando que ele quebrou segredo da Justiça, repassando a terceiros não identificados áudios captados em interceptação de comunicações telefônicas na ocasião da Operação Ouro de Tolo, contra a ex-primeira dama Roseli Barbosa.
 
“Tivemos apenas um caso, que infelizmente a materialidade existia, no qual houve um vazamento de uma interceptação telefônica judicial, e isto é crime. E pelas investigações tudo levou que um colega nosso praticou este vazamento. Os indícios são fortíssimos desta conduta dele, por isso foi feita uma denúncia criminal contra um colega”, disse.
 
Os arquivos em questão, que continham uma conversa entre o desembargador Marcos Machado e o ex-governador Silval Barbosa, obtidos junto ao Ministério Público, foram expostos pela TV Centro América.
 
A conclusão das investigações resultou em oferecimento de denúncia criminal em outubro deste ano, subscrita pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira e pelo coordenador do Naco, procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, perante o Tribunal de Justiça, contra o promotor Marco Aurélio de Castro. O delito está tipificado no artigo 10 da Lei 9.296/1996. O chefe do MP afirmou que esta denúncia comprova que não há corporativismo no Ministério Público de Mato Grosso.
 
“Nós trabalhamos com a tristeza, com a tragédia humana, que é estar denunciando pessoas por homicídios, por cometerem crimes, é a nossa missão, mas denunciar um colega sempre é uma situação delicada. Mas ficou demonstrado que não há corporativismo e por isso foi feita a denúncia, mas ainda há um processo que vai ser recebido, teremos que provar a existência disso e o colega terá a ampla defesa, para se defender em relação a esta conduta que está sendo atribuída a ele”, afirmou o procurador-geral.
 
Veja as declarações do cabo Gerson na audiência da Grampolândia.
 
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