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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Franqueada de cosméticos alega prejuízo de R$ 3 milhões e pede prisão de diretores

Foto: Reprodução

Franqueada de cosméticos alega prejuízo de R$ 3 milhões e pede prisão de diretores
Instalada há quase 20 anos, a franquia da loja de cosméticos ADCOS em Mato Grosso, que também possui distribuidora em Mato Grosso do Sul, alega prejuízo de R$ 3 milhões, pois estaria passando por uma situação de desespero. Isso porque a marca estaria descumprindo ordens judiciais. Desde maio deste ano, e às vésperas do Natal, a marca estaria se recusando a oferecer produtos para as seis lojas da empresária Deise Violin.

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Nessa quinta-feira (19), advogados ingressaram com um requerimento na 1ª Vara Cível de Cuiabá em que relatam a situação da franqueada. Segundo a assessoria de imprensa, a empresária tem feito, em vão, vários pedidos de produtos, inclusive à vista, e que são cancelados unilateralmente pela franqueadora. A defesa pede o pagamento de multa já determinada pela Justiça, além de prisão dos diretores da Brands Consultoria e Franchising Ltda e Spad Comércio de Cosméticos Ltda – detentoras da marca – por descumprimento de ordens judiciais.

A disputa na Justiça começou depois que a empresária passou o final de 2018 e todo o ano de 2019 tentando se adequar a novas normas impostas pela marca, em termos de mudança de imóvel, demissão de funcionários, vendas e faturamento.

Até outubro de 2018, as lojas chefiadas por Deise Violin pagavam em média de R$ 300 mil em produtos ADCOS por mês e faturavam pouco mais de R$ 720 mil. A partir daquele mês, a ADCOS passou a exigir da empresária o cadastro dos clientes de todas as cidades do interior acima de raio de 100 quilômetros, onde a franqueada tinha um grande fluxo de venda.

As vendas tiveram um decréscimo devido a este fator, juntamente com a crise econômica do país, mas a ADCOS exigia que a franqueada mantivesse o volume de compras, mesmo com a retração do mercado.

O resultado teria sido que a empresária não manteve sua média de vendas, passou a honrar os pagamentos diante acordo com a marca e seu fluxo de caixa, até o momento em que a franqueadora se omitiu ao fornecimento de novos produtos.

A situação se agravou a ponto de a empresária ser obrigada a entrar, já em 2019, com um pedido de Recuperação Judicial. "O pedido foi aprovado pela Justiça, que prorrogou o contrato da franquia para até junho de 2020, mas, nos últimos meses, a empresária vem sofrendo uma verdadeira ação de terrorismo por parte da ADCOS, que não fornece os produtos", diz o advogado Vinicius Miranda, um dos representantes de Deise Violin.

De acordo com o advogado, sem os produtos a empresária não tem como pagar credores e, muito menos, sair da recuperação judicial. "O que está havendo, na verdade, é um nítido movimento, por parte da ADCOS, de prolatar essa situação e levar a franqueada a ficar sem saída e acabar sendo obrigada a devolver todas as lojas", diz Miranda.

"Prateleiras Vazias"

No dia 09 deste mês, a Justiça de Mato Grosso deu a segunda decisão favorável à empresária Deise Violin, obrigando a ADCOS a pagar R$ 10.500,00 em multa, por não cumprir a primeira decisão judicial, além de oferecer em 48 horas os produtos para abastecer as prateleiras das lojas, que estão praticamente vazias.

Com o não cumprimento da decisão, hoje o valor da multa já está em R$ 40 mil. Valor irrisório diante da situação da empresária e de seus funcionários, que vêem os clientes entrarem e saírem das lojas com as mãos vazias. "Um trabalho de quase 20 anos em total declínio", afirma a empresária.
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