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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Grupo do ramo do agronegócio entra com pedido de recuperação judicial

Foto: Reprodução

Grupo do ramo do agronegócio entra com pedido de recuperação judicial
O Grupo Pereira, do ramo do agronegócio, com sede na cidade Primavera do Leste (a 237 km de Cuiabá), entrou com pedido de recuperação judicial com um passivo de quase R$ 30 milhões. Segundo a assessoria de imprensa, o segmento sofre com a crise brasileira, além das interferências climáticas, que afetam diretamente a produção, além da variação cambial e juros elevados.

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Para entender melhor a crise que assola o Grupo, o ano 2004 ganha destaque com o surgimento da ferrugem na soja. Uma doença totalmente desconhecida até então, que causou prejuízo enorme nas lavouras, marcando o início do desequilíbrio financeiro. Não bastasse a praga e as secas prolongadas nos últimos dois anos, a crise na economia mundial dificultou ainda mais a situação financeira, tornando-a praticamente insustentável.

“Apesar de toda a experiência no setor, diversas medidas tomadas para quitar seus compromissos com credores, a variação do preço do dólar, em especial nos últimos anos, tornou impossível o pagamento das dívidas. E mesmo após fazer uso de terrenos, imóveis urbanos e veículos como forma de pagamento aos credores, não restou alternativa senão ingressar com o pedido de recuperação judicial”, explica o advogado Euclides Ribeiro, da ERS Consultoria e Advocacia, responsável pelo processo.

Ainda de acordo com Ribeiro, a história do Grupo Pereira se confunde com a de todos os demais pioneiros produtores rurais, que se perderam pelo caminho e acabaram abandonando a atividade.

“O cenário é devastador e preocupante e está impondo a perda de terras e criando a exclusão definitiva do maior responsável pelo agronegócio no Brasil, o produtor rural. Fazer uso da ferramenta da recuperação judicial é essencial para proteção do direito à atividade. É a melhor forma de uma permissão legal para que os devedores, juntamente com seus credores, negociem uma forma de manter a fonte produtora de empregos, receitas e tributos”, finaliza Euclídes.

A partir do deferimento do Pedido de Recuperação Judicial, o processo tem continuidade com a elaboração do plano de recuperação, em que a empresa expõe as dívidas e a proposta de pagamento aos credores.

Formado pelos empresários rurais Erico Piana Pinto Pereira, Neiva Piovesan Pereira e Péricles Piovesan Pereira, o Grupo tem mais de duas décadas no ramo, atualmente desenvolve suas atividades em 1.200 hectares de terras próprias, além de arrendar 1.500 hectares para o cultivo das lavouras de soja, milho, feijão, algodão, milheto e crotalaria. Nos períodos de safra, são geradas dezenas de empregos.
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